Autoridades do Egito proibiram pipas no país após reivindicações feitas por um parlamentar que alegou ameaça à segurança nacional. Khaled Abu Tlaib afirmou que pequenas câmeras poderiam estar instaladas nas pipas, a fim de fotografar localizações policiais e militares.
As declarações de Tlaib foram ridicularizadas nas redes sociais; a proibição, no entanto, foi implementada apenas alguns dias após a exortação do parlamentar.
Via Facebook, a administração da província de Alexandria anunciou que as pipas foram proibidas nas estradas locais, “para preservar a segurança dos cidadãos, após uma série de incidentes.”
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A mensagem reitera que a multa contra a prática será estabelecida no valor entre 300 e 1.000 libras egípcias, isto é, entre US$ 18.79 e US$ 62.62.
Ahmed Tantawi, membro da Câmara de Representantes do Egito, acusou o governo de Abdel Fattah el-Sisi de apresentar prioridades equivocadas, à medida que, diante da conjuntura atual, no fim de junho, decidiu debater no parlamento os perigos de um brinquedo infantil.
Khaled Al-Sharif, porta-voz do Partido Construção e Desenvolvimento, afirmou que a questão da Grande Represa do Renascimento, projeto de larga escala na Etiópia, país vizinho, que poderá afetar a bacia hidrográfica do Nilo, deveria receber muito mais importância por parte do governo.
Diante do toque de recolher, empinar pipas dos telhados de suas residências tornou-se uma atividade popular entre as crianças egípcias. Autoridades, contudo, alegam representar um hábito perigoso.
Na sexta-feira (10), a Polícia do Egito confiscou 369 pipas.