A polícia de Bangladesh disse que prendeu três homens na segunda-feira pelo tráfico de centenas de jovens mulheres, levadas para Dubai com a promessa de empregos em hotéis, mas depois forçadas ao trabalho sexual.
As vítimas recebiam o salário de um mês adiantado e eram informadas de que trabalhariam como empregadas domésticas ou dançarinas. Mas, quando chegavam a Dubai, muitas eram forçadas a fazer sexo por dinheiro e espancadas caso se recusassem, conforme disse a polícia.
Entre os três presos estava um homem suspeito de ser o líder do grupo, escondido em Bangladesh desde que foi deportado de Dubai, no início deste ano.
Ele foi preso sob acusação de tráfico quando tentava deixar o país no início deste mês. A polícia descreveu, os outros dois homens como “agentes” e disse ainda estar procurando por outros.
Prendemos o líder da organização. Mas há outros membros que continuam esse negócio. Vamos prendê-los o mais rápido possível. Apenas 20% do trabalho foi realizado,
disse Imtiaz Ahmed, vice-inspetor geral do Departamento de Investigação Criminal.
“As meninas que eles visavam tinham entre 18 e 25 anos. Algumas eram trabalhadoras têxteis, outras estavam em busca de emprego. Os traficantes trabalham há pelo menos oito anos e estimamos que eles tenham enviado centenas de mulheres”, acrescentou.
Bangladesh aumentou seus esforços contra traficantes depois que 24 cidadãos foram mortos na Líbia em maio. No mês passado, pelo menos 50 pessoas foram presas em uma única operação.
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Porém, especialistas alertaram que o país precisa aumentar sua taxa de condenação por tráfico, para reduzir o crime.
Mais de 4.000 casos de tráfico ainda aguardavam investigação ou ação penal no final do ano passado. A taxa de condenação ficou em apenas 1,7% em 2019, de acordo com o último relatório do Tráfico de Pessoas dos Estados Unidos.
“Devido à pouca investigação e falta de evidências, muitos dos presos não são punidos pela lei”, disse Shakirul Islam, chefe do grupo Ovibashi Karmi Unnayan para direitos dos migrantes.
“É necessário mais exemplos de traficantes sendo punidos.”
Pelo menos seis bengaleses foram presos em Dubai no ano passado por tráfico de mulheres, incluindo menores.
Ahmed disse que a natureza transfronteiriça do crime dificulta a contenção.
“Estamos desmotivando os traficantes locais, prendendo-os. Mas não há muito o que fazer sobre quem mora no exterior”, afirmou.