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Soldados israelenses em Gaza ostentam má conduta

A contadora de histórias, um documentário palestino

Entrevista com Denise Asaad apresentar as preocupações do povo palestino contando histórias e notícias de seus pais e avós.

“Os colonos sionistas tentaram durante quatro anos negociar com meu avô, de 1948 a 1952, para que ele entregasse homens da tribo para se voluntariar ao exército israelense ou fornecesse amostras e ajuda em dinheiro por meio de sentenças para tirar-lhe muitos itens que começavam com comida e terminavam com dinheiro.” Foi assim com Abu Khamis, de Khan al-Ahmar, o Beduíno do Negev. Sua história terminou com o assassinato de cinco jovens de sua família, as tendas em que viviam foram queimadas e a saída de suas terras, sob um assédio que continua até hoje.

Abu Salim,que é o avô da contadora de histórias Denise Asaad, também passou pela quantidade de opressão e sofrimento experimentados por Abu Khamis.

Quando os judeus o procuraram em 1948 e lhe ofereceram dinheiro em troca de sua saída, ele recusou. Então eles lhe disseram: hoje você se recusa em troca de dinheiro; amanhã, nós o levaremos sem dinheiro contra sua vontade e à força.

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Denise Asaad, a contadora de histórias de Haifa, explica que ela ouviu muitos contos de seu pai enquanto ele era o diretor de uma escola e contador de histórias. Seu pai lhe disse que as histórias foram roubadas quando a terra foi roubada e que os costumes palestinos, como roupas e shamakh, foram roubados, bem como pratos famosos como falafel de grão de bico.

Denise acredita que a história desempenha um papel importante na conscientização para a mudança, quando é passada de geração em geração.São histórias de pais e avós na luta por sua residência contra os colonos, e também histórias da terra natal que lembram alegria e felicidade e que, sem dúvida, chegam às cidades e vilas como Hebron e Gaza, ao povo de Jerusalém e até à diáspora palestina. E ao mundo inteiro.

O trabalho de Denise foi correr contra o tempo, procurando os idosos e gravando suas histórias antes que morressem, para que as pessoas conhecessem sua luta e a história de seu país.

No documentário “A contadora de histórias”, exibido na TV Al Jazeera em 2014, ela fala sobre a forma de preservar a identidade palestina narrando contos folclóricos e misturando com contos modernos do povo palestino. O documentário também inclui a história de Abu Awda, o palestino em dificuldades que deixou sua terra natal em busca de trabalho, prometendo à esposa construir uma casa que ele não havia construído na vila. Então ele passou seis anos trabalhando no Brasil e trouxe dinheiro, alguma madeira étnica brasileira e idéias para construir sua casa. Após um curto período, as forças de ocupação demoliram a casa em menos de minutos.

Um Odeh viveu com alguns de seus filhos por seis meses sob uma oliveira, após a ocupação demolir sua casa. Mais tarde alguém ajuda a construir um pequeno quarto para ela e os filhos, já que Abu Odeh se estabeleceu na Jordânia em busca de emprego.

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Uma das histórias (Al-Hakawiya) fala da Rua Al-Shuhada, a Rua dos Mártires, que liga a parte norte da cidade de Hebron ao sul. Nenhum palestino pode passar por esta rua há 25 anos. Apenas colonos e sionistas podem andar por ela. Se você deseja passar da parte norte da cidade para a parte sul, não precisaria de mais de cinco minutos, mas devido ao fechamento desta rua, o palestino precisa de aproximadamente uma hora para caminhar até a outra parte.

O sentimento final que o documentário transmite é de que o palestino não pode abandonar sua terra e seu país, e mesmo os que partiram, como aconteceu em 1948 ou 1967, inevitavelmente retornarão; que as barreiras e até o muro de separação são apenas barreiras temporárias e não podem separar avós e netos, palestinos em sua casa, refugiados e imigrantes em várias partes do mundo que comunicam as histórias de seu povo e sua firmeza.

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Em uma entrevista para o Monitor do Oriente Médio, Denise Asaad disse apresentar as preocupações do povo palestino contando histórias e notícias de seus pais e avós. Ela concluiu um mestrado em Educação pela Universidade de Haifa em 2003 e foi e instrutora de uma ampla gama de pessoas interessadas em se tornar contadoras de histórias. Ela participou de exposições internacionais, falando sobre os contos dos primeiros palestinos na Grã-Bretanha, Itália, Tunísia, Japão, Líbano, Arábia Saudita, África do Sul, Emirados Árabes Unidos e muitos outros países.

Denise fala do impacto que sofre, quando viaja entre cidades palestinas, com o modo como os soldados israelenses a tratam nos postos de controle e, às vezes, confiscam-lhe câmera, o que a deixa triste e faz lembrar do sofrimento de sua família e parentes.

O novo projeto da contadora é contar sua experiência pessoal, descrevendo situações de sua vida e dando testemunho de muitos detalhes e histórias dos palestinos que conheceu, através de uma série escrita em que ela está trabalhando.

Mesmo na pandemia de covid-19, Denise não parou de contar histórias e ensinar. Organizou oficinas na Arábia Saudita e Omã por meio das mídias sociais. Ela diz que sua esperança é o retorno à Palestina e às terras ancestrais de seus pais.

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