Neste sábado (18), os líderes da França, Alemanha e Itália ameaçaram pela primeira vez aplicar sanções contra países que continuam a violar o embargo de armas das Nações Unidas sobre a Líbia, relatou a agência Reuters.
Em nota conjunta, divulgada após encontro em Bruxelas, o Presidente da França Emmanuel Macron, a Chanceler da Alemanha Angela Merkel e o Primeiro-Ministro da Itália Giuseppe Conte exortaram “todos os agentes internacionais a dar fim à sua interferência cada vez maior e respeitar por completo o embargo de armas estabelecido pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas”.
Prosseguiu a declaração:
Estamos dispostos a considerar o possível uso de sanções caso as violações ao embargo por mar, terra e ar continuem; aguardamos as propostas do Alto Representante da União Europeia para assuntos internacionais e política de segurança sobre esta questão.
A Turquia interveio de modo decisivo na Líbia nas últimas semanas ao fornecer suporte aéreo, armas e tropas provenientes da Síria para auxiliar o governo reconhecido internacionalmente, com sede em Trípoli, capital da Líbia, a repelir a ofensiva de Khalifa Haftar sobre a cidade, após um ano de impasse.
Haftar recebe apoio dos Emirados Árabes Unidos, Egito e Rússia, também acusados de romper o embargo da ONU.
Neste sábado (18), o governo em Trípoli moveu combatentes para perto dos limites de Sirte, acesso estratégico a um dos principais terminais de petróleo da Líbia. Trípoli afirma ter planos para recapturar a cidade das forças de Haftar.
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A França enfrenta críticas por sua ambiguidade no que se refere a Haftar. Anteriormente, o governo francês concedeu apoio ao general renegado em sua luta contra militantes islâmicos.
A nota conjunta de sábado foi a primeira vez que as três grandes potências ameaçaram sanções, por receios de uma nova escalada em campo.
“Compartilhamos as preocupações sobre as tensões militares no país e o risco exponencial de escalada regional”, afirmaram os líderes europeus. “Portanto, convocamos todas as partes líbias e seus apoiadores estrangeiros a cessar imediatamente o combate e por fim à escalada militar em curso, em todo o país”.
Diplomatas argumentaram que a União Europeia pode considerar ainda impor sanções sobre indivíduos de ambos os lados do conflito líbio.
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