O julgamento por corrupção do Primeiro-Ministro de Israel Benjamin Netanyahu será retomado neste domingo (19), após intervalo de dois meses, em meio a escalada de protestos contra seus crimes e sua política diante do covid-19.
As informações são da agência Reuters.
Netanyahu é o primeiro premiê israelense em exercício a passar por julgamento. O líder do partido Likud decidiu não participar de uma audiência descrita por um porta-voz da promotoria como “discussão técnica”.
Sua presença não era mandatória na sessão, realizada na Corte Distrital de Jerusalém. Em maio, o premiê compareceu à abertura do processo e negou as acusações de fraude, propina e crimes de responsabilidade administrativa.
Netanyahu, de 70 anos, foi indiciado em novembro por casos envolvendo presentes a amigos milionários e por supostamente propor favores regulatórios a magnatas da mídia, em troca de cobertura favorável.
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Após estabelecer um acordo de coalizão, há três meses, com os centrista Benny Gantz, seu principal rival em três rodadas eleitorais inconclusivas, realizadas desde abril de 2019, Netanyahu voltou aos holofotes, ao ordenar restrições para conter a primeira onda de infecções pelo novo coronavírus.
Entretanto, após grave aumento nos casos de covid-19, alta taxa de desemprego e novas sanções impostas nas últimas semanas, israelenses voltaram a tomar as ruas em protestos quase diários contra o primeiro-ministro. A indignação pública abrange também as alegações de corrupção.
Neste sábado (18), a polícia israelense utilizou canhões de água para dispersar manifestantes no entorno da residência de Netanyahu, em Jerusalém. Em Tel Aviv, centro comercial de Israel, milhares de pessoas reuniram-se para exigir maior ajuda do estado a negócios prejudicados pela crise de saúde.
Em Israel, acusações de propina carregam sentença de até dez anos de prisão e/ou multa. Fraude e crimes de responsabilidade carregam pena de até três anos de prisão cada.
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