Rebeldes houthis acusam enviado da ONU de prolongar a guerra no Iêmen

Enviado especial da ONU para o Iêmen, Martin Griffiths [Twitter]

Neste sábado (18), o grupo rebelde houthi acusou o enviado especial da ONU para o Iêmen, Martin Griffiths de prolongar o conflito no país assolado pela guerra. As informações são da agência Anadolu.

Em referência à coalizão saudita no Iêmen, o porta-voz do grupo houthi Mohamed Abdel Salam declarou no Twitter:

De seu discurso recente, torna-se claro que o enviado da ONU para o Iêmen, Martin Griffiths, rompeu com a neutralidade e a justiça que sua missão requer. Griffiths envolveu-se com as forças da agressão contra o Iêmen, ao adotar por completo sua posição

Griffiths não comentou sobre as acusações.

Em ocasiões anteriores, o representante da ONU destacou que seu gabinete trabalha de modo intenso e imparcial para alcançar uma solução política para dar fim à crise no Iêmen.

Em dezembro, representantes do governo iemenita no exílio e líderes houthis reuniram-se em Estocolmo, na Suécia, para uma rodada de negociações mediada pela ONU, que resultou em um acordo de cessar-fogo na cidade portuária de Hudaydah, na costa do Mar Vermelho.

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A relação entre os houthis e o representante da ONU é bastante tensa. No início do mês, os houthis recusaram-se a participar de uma reunião com Griffiths em Muscat, capital de Omã, após uma série de conversas em Riad, capital saudita, que incluiu oficiais iemenitas e outras figuras da monarquia interventora.

O Iêmen é assolado por violência e caos desde 2014, quando rebeldes houthis passaram a controlar grande parte do país, incluindo a capital Sanaa. A crise escalou em 2015, quando uma coalizão militar liderada pela Arábia Saudita lançou uma campanha aérea devastadora, com objetivo de reverter os ganhos territoriais dos houthis.

Dezenas de milhares de iemenitas foram mortos no conflito; 14 milhões de pessoas estão sob risco de fome, segundo estimativas da ONU.

O brejo saudita no Iêmen [Carlos Latuff/Monitor do Oriente Médio]

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