Um homem jordaniano foi indiciado pelo assassinato de sua filha no sábado (18), em suposto “crime de honra”. O caso despertou indignação nas redes sociais do mundo árabe, segundo a agência de notícias Roya.
Sua prisão ocorreu após um vídeo circular online registrando o corpo da vítima jogado na rua – identificada apenas como “Ahlam”. Testemunhas relataram que Ahlam correu às ruas enquanto sangrava, perseguida pelo pai, que a espancou até a morte com um tijolo. O criminoso então acendeu um cigarro e tomou chá ao lado do corpo.
Uma investigação sobre o assassinato, referido popularmente como “gritos de Ahlam”, ainda está em curso, mas ativistas reivindicam uma resposta dura, além de reformas no modo como o reino lida com “crimes de honra” e casos de violência doméstica.
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Em 2017, a organização internacional Human Rights Watch relatou que todo ano, entre 15 a 20 mulheres e meninas na Jordânia são queimadas, espancadas ou esfaqueadas até a morte por familiares, após supostamente transgredirem códigos sociais relativos à “honra”.
Segundo o artigo 340 do Código Penal da Jordânia, a pena reduzida é permitida ao homem que mata ou agride sua esposa ou parentes mulheres em suposto ato de adultério ou similar.
A penalidade pode ser atenuada ainda mais conforme o artigo 98, caso o criminoso realize o ato em “estado de grande fúria, decorrente de ações Ilegais ou perigosas por parte da vítima”. Sob o artigo 97, quando a corte aplica o “critério de fúria”, como defesa para assassinato premeditado, a pena pode chegar a apenas um ano de prisão, denuncia a entidade humanitária.