O Egito está buscando apoio de diversos vizinhos árabes, com Jordânia e Autoridade Palestina, em sua disputa com a Turquia no território da Líbia.
O governo jordaniano um ofereceu-se para mediar conversas entre os rivais.
O Ministro de Relações Exteriores do Egito Sameh Shoukry realizou uma série de reuniões por toda a região, nos últimos dias.
Seu último encontro foi com o presidente da autoridade Palestina Mahmoud Abbas, na segunda-feira (20), em Ramallah. Discutiram os acontecimentos recentes na região, com foco nos planos israelenses de anexar partes da Cisjordânia ocupada e relações diplomáticas entre Palestina e Egito.
Segundo o jornal israelense The Jerusalem Post, no entanto, revelaram que a visita de Shoukry também tratou de discutir as tensões crescentes entre Egito e Turquia, na Líbia.
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Aparentemente, o Egito os com o apoio da autoridade Palestina e outros estados árabes. Segundo relatos, o pedido foi recebido com receio por alguns oficiais palestinos, que reiteraram o fato de que o Egito não impôs qualquer apoio efetivo contra os planos de Israel e o chamado “acordo do século”, anunciado pelos Estados Unidos em janeiro último.
Antes de Ramallah, Shoukry Visitou a Jordânia encontrou-se com o Rei Abdullah e com o chanceler Ayman Safadi, em ocasiões separadas. “As discussões tratar o da importância de manter coordenação em consulta sobre questões de preocupação mútua”, reportou agência de notícias jordaniano Petra.
O encontro com o rei também “tratou dos acontecimentos regionais, sobretudo concernentes à causa palestina“. A visita de Shoukry ao reino hashemita também sugeriu a busca por aliados contra a Turquia.
Durante coletiva de imprensa com o Safadi, em Amã, capital da Jordânia, o chanceler egípcio destacou que o apoio militar da Turquia ao governo líbio representa “grave ameaça à segurança nacional egípcia e do mundo árabe“ e que o Egito tomará “medidas decisivas“ para garantir sua segurança.
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Tais medidas, sugeriu o ministro egípcio, incluem intervenção militar na Líbia, afim de conceder suporte ao general renegado Khalifa Haftar contra o Governo de União Nacional, reconhecido pela ONU. Ações militares no exterior, incluindo a mencionada intervenção líbia, foi aprovada na segunda-feira pelo Parlamento do Egito, em apoio ao plano do Presidente Abdel Fattah Al-Sisi para impedir que o Governo de União Nacional mantenha seus avanços a leste e tome controle das cidades estratégicas de Sirte e Jufra.
Safadi, porém, insistiu na importância do processo político. “A regionalização da crise na Líbia as coisas mais difíceis e mais complexos. Como resultado, apoiamos todos os esforços tecidos para alcançar uma solução política que possa garantir a unidade e integridade territorial da Líbia, além de apresentar uma postura que impeça o país se tornar-se arena de conflitos regionais.”
Após o encontro em Amã e a mitigação do pedido de Shoukry contra a Turquia, por parte de Safadi, o jornal libanês Al-Akhbar reportou que Jordânia escolheu voluntariar-se à mediação da crise entre Egito e Ancara, justamente para evitar maiores conflitos na Líbia e na região. A informação, no entanto, não foi confirmada.
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