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Vídeo de ofensas contra uma mulher com burkini desperta críticas no Egito

Placa em um resort restringe o uso do burkini (roupa de banho que cobre o corpo), em 7 de agosto de 2019 [Habiba Heikal/Facebook]
Placa em um resort restringe o uso do burkini (roupa de banho que cobre o corpo), em 7 de agosto de 2019 [Habiba Heikal/Facebook]

Um vídeo de mulheres agredindo verbalmente uma cidadã egípcia que vestia burkini em uma piscina viralizou nas redes sociais; ativistas protestaram contra o ato.

As informações são da rede árabe de notícias Al Bawaba.

O burkini é uma espécie de traje de banho que cobre o corpo inteiro, exceto rosto, mãos e pés.

No vídeo de dez minutos, compartilhado pelo marido da cidadã assediada, um grupo de mulheres exigiu sua expulsão da piscina, entre expressões como “machuca os olhos de ver”, “nojento” e “sem classe”.

“Estava eu na piscina com minha mulher, no resort Stella [Di Mare], quando um grupo veio dizer a ela que não era apropriado vestir o traje. Minha esposa ficou perplexa e perguntou por quê. Assim como o grupo e todas as outras pessoas ali, minha esposa estava alugando um chalé e utilizando as instalações. Então surgiu o grupo para exigir dela que deixasse a piscina porque vestia um burkini”, escreveu o marido da vítima em postagem no Instagram.

“Não se trata de um problema cristão, havia muitos cristãos bastante amáveis no local, que defenderam minha esposa, mas vejo isso como racismo ou discriminação que pode ser relacionado àqueles que dizem às mulheres para não vestir roupas curtas etc. São as mesmas pessoas que discriminam contra a cor da pele e outras religiões. Estamos em 2020, chega de ignorância”, concluiu.

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Tanto durante o incidente quanto nas redes sociais, diversas pessoas defenderam o direito da liberdade de escolha das mulheres sobre suas roupas.

O burkini é matéria de debate em curso no Egito. Nos últimos anos, muitas mulheres se queixaram de serem proibidas de entrar em piscinas de hotéis por usar o traje de banho.

Em 2017, o Ministério do Turismo do Egito requisitou de hotéis com várias piscinas que permitissem a mulheres de burkini utilizar ao menos uma delas. Menos de 24 horas depois, recuou da decisão, ao alegar que os hotéis podem proibir o traje a depender do público.

O ministério egípcio chegou a alegar que o material usado na fabricação do burkini representa um risco à segurança e saúde.

O burkini é feito do mesmo material das outras peças de banho.

Em 2016, os burkinis foram proibidos nas praias da França. A decisão, entretanto, foi revogada posteriormente pela Suprema Corte do país como “o golpe ilegal [a] liberdades fundamentais”.

No auge da polêmica sobre o burkini na França, um grupo de policiais cercou uma mulher de meia idade em uma praia e a obrigou a remover seu lenço islâmico.

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