Autoridades da Jordânia detiveram e interrogaram 13 membros do Sindicato dos Professores, além de fechar os escritórios da entidades por um período de dois anos, reportaram no sábado (25) fontes oficiais do país. A medida, segundo a rede Arab48, foi tomada três dias após um protesto contra a decisão do governo de adiar o aumento salarial para a categoria, conforme acordo estabelecido em 2019.
Segundo a agência de notícias Petra, rede de imprensa oficial da Jordânia, o Promotor Público de Amã Hassan Abdallat mandou prender os treze professores por “crimes” relacionados a delitos fiscais e incitação. Após interrogatório, cada um dos professores foi enviado ao Centro de Reabilitação por uma semana, relatou Abdallat.
O promotor reiterou que investigações estão em curso.
O aumento salarial foi acordado após um mês de greve dos professores, em 2019. Diante da crise econômica e da pandemia de coronavírus, o governo jordaniano decidiu, em 16 de abril, postergar o pagamento do aumento até o início do próximo ano.
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O sindicato rejeitou a decisão e organizou protestos na região sul da capital jordaniana Amã. O líder sindical Nasser Nawasrah destacou que os termos do acordo, que incluem o aumento salarial, “devem ser implementados por completo”.
O promotor ainda impôs uma ordem de sigilo sobre os detalhes concernentes à repressão contra o Sindicato dos Professores da Jordânia. Somente as redes de notícias oficiais do estado têm permissão para falar sobre o assunto.
O Ministro da Educação Tayseer al-Naimi enfatizou que o aumento salarial dos professores foi suspenso assim como foi estabelecido para outros funcionários público. O ministro insistiu que tudo será pago em janeiro de 2021. Um juiz local nomeará um conselho administrativo para o sindicato dentro dos próximos dois dias, concluiu al-Naimi.