Portuguese / English

Middle East Near You

Soldados israelenses em Gaza ostentam má conduta

Patrão saudita atira contra dois funcionários egípcios por discussão no trabalho

Obras de construção civil na Arábia Saudita, 18 de janeiro de 2017 [Trapezius7/Wikipedia]
Obras de construção civil na Arábia Saudita, 18 de janeiro de 2017 [Trapezius7/Wikipedia]

Um empregador saudita assassinou dois funcionários egípcios após discussão no trabalho sobre a conclusão da obra que realizavam.

Adel Abdel-Imam Hussein e Izz al-Din Muhammed Abdel-Shafi eram da aldeia de Al-Butha, na cidade de Nag Hammadi, Alto Egito.

O patrão, responsável pelos trabalhador conforme o controverso sistema de kafala, convocou a presença dos dois homens e então atirou contra eles, pelas costas, três vezes seguidas, segundo relatos de notícias locais.

Usuários das redes sociais exigiram justiça às vítimas.

O sistema de kafala da Arábia Saudita, ou patronato sobre imigrantes, é utilizado para contratar trabalhadores estrangeiros a baixo custo, principalmente nos setores de trabalho doméstico e construção civil. Determina responsabilidade dos empregadores aos funcionários, ao longo de sua estadia.

Devido à extensão do controle que concede aos empregadores, críticos afirmam que o sistema de kafala equivale a um modelo moderno de escravatura, condenado amplamente por grupos de direitos humanos.

Há relatos de que o governo saudita estuda abolir o sistema de kafala.

LEIA: Grã-Bretanha treina agentes da Arábia Saudita, Egito e Emirados

O crime ocorreu logo após viralizar um vídeo no qual um homem do Kuwait estapeia um caixa de supermercado, nascido no Egito. O incidente também resultou em uma onda de denúncias sobre o racismo endêmico nos estados do Golfo contra trabalhadores imigrantes.

Em ambos os casos, no entanto, autoridades do Egito foram rápidas em defender seus aliados do Golfo, a despeito de seus cidadãos nativos.

“Tais incidentes são executados por indivíduos e não refletem a comunidade saudita, que trata os egípcios como irmãos e irmãs, com laços históricos”, alegou Nabila Makram Abdel-Shahid, Ministra de Recursos Humanos e Imigração do Egito, ao abordar o crime cometido na Arábia Saudita.

A ministra alertou ainda contra formas de incitação contra o reino.

Uma declaração similar foi divulgada em resposta ao vídeo viral do episódio de agressão ocorrido no Kuwait.

O Cônsul Geral do Egito no Kuwait, embaixador Hisham Asran, afirmou tratar-se de incidente isolado que não retrata a força das relações bilaterais entre os países ou afeta a estabilidade dos trabalhadores egípcios atualmente no Kuwait.

O Presidente do Egito Abdel Fattah el-Sisi buscou fortalecer as relações com os estados do Golfo, desde 2013, quando tomou o poder via golpe militar.

Imediatamente após o golpe, Emirados Árabes Unidos, Arábia Saudita e Kuwait ofereceram apoio financeiro ao governo de Sisi. Entre julho de 2013 e agosto de 2016, os três países concederam cerca de US$30 bilhões em assistência ao regime egípcio.

Trabalhadores egípcios expatriados no Golfo são responsáveis por aproximadamente US$25 bilhões dentre as remessas internacionais ao país norte-africano. Tais recursos, no entanto, foram também afetados pela pandemia de coronavírus.

Categorias
ÁfricaArábia SauditaEgitoNotíciaOriente Médio
Show Comments
Palestina: quatro mil anos de história
Show Comments