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Ennahda acusa Emirados de insuflar crise institucional na Tunísia

Líder do movimento Ennahda Rachid Al- Ghannouchi em Tunis, Tunísia, em 4 de outubro de 2019 [Yassine Gaidi/ Agência Anadolu]
Líder do movimento Ennahda Rachid Al- Ghannouchi em Tunis, Tunísia, em 4 de outubro de 2019 [Yassine Gaidi/ Agência Anadolu]

O chefe do bloco parlamentar do Ennahda, Noureddine Al-Beheiri, denunciou uma “pressão exercida dentro e fora do país”, incluindo a tentação dos fundos dos Emirados, exortando os parlamentares a alterar suas posições e retirar o voto de confiança dado ao presidente do Parlamento, Rached Ghannouchi, durante a votação agendada para a próxima quinta-feira.

Al-Beheiri também falou de um plano dos Emirados para destruir o sistema político da Tunísia, que visa criar um vácuo no parlamento, removendo seu presidente e interrompendo o processo de confiança para o próximo governo, criando um estado de vazio político no país. informou a Al Jazeera.

A Agência Anadolu afirma que líder do movimento Ennahda, Ghannouchi, está sendo exposto a uma campanha sistemática de difamação promovida pela mídia saudita, emirada e egípcia, na tentativa de desacreditar o presidente do parlamento e perturbar o clima político da Tunísia. A reportagem aponta mentiras publicadas simultaneamente pelos canais Sky News e Al Arabiya, que estariam na linha de frente da mídia de “contra-revolução”.

A campanha inclui acusações a Ghannouchi de ter alcançado riqueza financeira, estimada em US$ 8 bilhões, desde seu retorno à Tunísia após a revolução de 2011, embora o orçamento do país não exceda US$ 16,5 bilhões.

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Segundo a Agência Anadolu, os observadores acreditam que a campanha visa criar uma brecha entre o parlamento e a presidência na Tunísia, e provocar batalhas entre os blocos parlamentares, com o objetivo de desmantelar as instituições estatais por dentro.

Sessão de votação

O parlamento tunisino está programado para realizar uma sessão na quinta-feira, durante a qual os parlamentares votarão em uma lista para retirar a confiança de Ghannouchi, apresentada por quatro blocos parlamentares e deputados independentes que acusam o presidente de tomar decisões sem consultar o parlamento e fazer declarações sobre relações exteriores de maneira incompatível com a diplomacia tunisina, conforme declarado na petição.

Segundo a Al Jazeera, a sessão de votação será confidencial e não haverá discussão. Como tal, os deputados serão convocados consecutivamente para votar.

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Aqueles que tentavam remover Ghannouchi reuniram nada menos que 73 assinaturas, que é o número necessário para passar a lista. O partido Free Destourian também deve votar a favor da lista de não-confiança.

Um membro do partido Tahya Tounes (10 deputados) liderado pelo ex-primeiro ministro Youssef Chahed falou em reunir mais de 109 votos, que é a maioria necessária para retirar a confiança do presidente do parlamento.

Alguns dias atrás, Ghannouchi disse estar seguro de que a sessão de quinta-feira terminará com uma confiança renovada nele e que não chegou ao parlamento para ficar contra a vontade dos deputados.

Ghannouchi acrescentou que aceitou o desafio, embora fosse possível rejeitar a lista para retirada da confiança, por incluir várias violações.

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