Irã prende líder oposicionista residente nos EUA, por atentado em 2008, alega mídia estatal

Veículo de polícia iraniano estacionado ao lado de uma loja de câmbio na capital Teerã, 10 de abril de 2018 [Atta Kenare/AFP/Getty Images]

No sábado (1°), o Irã alegou que suas forças de inteligência detiveram o líder de um grupo monarquista que reside nos Estados Unidos, acusado de executar um atentado à bomba em 2008, que resultou na morte de 14 pessoas, além de planejar outros ataques.

As informações são da agência Reuters.

A televisão estatal iraniana mencionou um comunicado do ministério da inteligência, mas não concedeu detalhes de como, onde ou quando a suposta prisão de fato ocorreu. Afirmou apenas que decorreu de “operação complexa”.

“Jamshid Sharmahd, líder do grupo terrorista Tondar (Trovão), que coordenou atos armados e terroristas no Irã, a partir dos Estados Unidos, foi preso após uma operação complexa; está agora nas mãos de nossos poderosos agentes”, alegou a nota oficial.

O Tondar não confirmou a prisão. Em resposta a relatos do “sequestro” de Sharmahd, o grupo anunciou em seu website que não confirma “histórias contadas por diversas redes”.

Entretanto, em postagem nas redes sociais, declarou:

Tondar … continuará a lutar mesmo na ausência de um comandante.

O Departamento de Estado dos Estados Unidos não comentou imediatamente sobre o caso.

Com sede em Los Angeles, a pouco conhecida Assembleia do Reino do Irã, ou Tondar, alega ter como objetivo a restauração da monarquia iraniana, deposta pela Revolução Islâmica de 1979. A organização possui estações de televisão e rádio de oposição ao regime iraniano, no exterior.

Segundo o site do grupo, Sharmahd é engenheiro eletrônico, nascido em março de 1955, com cidadania germano-iraniana. Residiu na Alemanha, antes de mudar-se para os Estados Unidos, em 2003.

O comunicado oficial do Irã acusa Sharmahd de planejar e coordenar uma explosão executada contra um centro religioso na cidade de Shiraz, sul do país, em 2008, que resultou na morte de 14 pessoas e 215 feridos.

A nota ainda alega ter abortado uma série de outros atentados, nos anos recentes, incluindo a explosão do santuário do Aiatolá Ruhallah Khomeini, falecido fundador da República Islâmica. A inteligência iraniana, no entanto, não detalhou quando ou como frustrou o ataque.

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