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Imigrantes na Arábia Saudita são ‘tratados como animais’ e ‘forçados a beber água da privada’

Polícia saudita detém trabalhadores imigrantes [foto de arquivo]
Polícia saudita detém trabalhadores imigrantes [foto de arquivo]

O tratamento da Arábia Saudita aos imigrantes está novamente sob graves críticas de grupos de direitos humanos, após relatos indicarem que os trabalhadores detidos são “tratados como animais” e “forçados a beber água da privada”.

Estas são as condições horríveis presentes no Centro de Detenção de al-Shumaisi, segundo presos que aguardam por deportação no reino. Muitos foram detidos por autoridades sauditas por trabalhar ilegalmente, transferidos então ao infame complexo prisional projetado para manter 32.000 presos.

Os detentos habitualmente não sabem por quanto tempo serão mantidos nos centros penitenciários, ou mesmo quais acusações foram registradas contra eles.

Ibraahin relatou ao jornal The Guardian, com ajuda de um tradutor:

Somos amontoados como animais. Dormimos em camas de metal sem colchão, sem qualquer higiene adequada … Bebemos água da privada. Se você tiver dinheiro, pode então comprar água limpa. Se não, tem de beber a água suja da privada

Outro detento, capturado sob acusações de trabalhar ilegalmente como pastor de camelos, reclamou da falta de alimentos. “Eles nos dão pão e um pouco de arroz. Arroz seco e nenhuma proteína. A comida que nos dão é de má qualidade. Não há limões, não há vegetais.”

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Ambos relataram ao The Guardian que, na ocasião de sua prisão, a polícia saudita requisitou propina, ao alegar que seriam liberados caso pagassem uma quantia significativa. “Se você tiver dinheiro para a propina, ninguém vai lhe prender”, destacou Ibraahin.

Relatos de condições desumanas nos centros de detenção sauditas despertaram uma nova onda de críticas de grupos de direitos humanos, que enfatizam o fracasso da monarquia em prover aos seus detentos os padrões mais básicos de sobrevivência.

“Apesar da terrível superlotação, condições insalubres, falta de tratamento médico adequado e abuso físico nos centros de detenção do país, a Arábia Saudita fez muito pouco para melhorar a situação ou tomar medidas para tratar os detentos com dignidade”, declarou Adam Coogle, diretor adjunto do Human Rights Watch para o Oriente Médio.

“Em um momento de perigos cada vez maiores, devido ao surto de covid-19, a Arábia Saudita deve superar solturas limitadas de seus detentos e assumir esforços reais para reformular tais centros de detenção e repensar políticas de deportação em massa”, concluiu Coogle.

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