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Milhares protestam contra premiê de Israel devido a corrupção e má gestão do covid-19

Manifestantes pedem a renúncia do Primeiro-Ministro de Israel Benjamin Netanyahu, devido às acusações de corrupção e à atual crise econômica, em frente à residência do Ministro de Segurança Pública Amir Ohana, em Tel Aviv, 29 de julho de 2020 [Mostafa Alkharouf/Agência Anadolu]
Manifestantes pedem a renúncia do Primeiro-Ministro de Israel Benjamin Netanyahu, devido às acusações de corrupção e à atual crise econômica, em frente à residência do Ministro de Segurança Pública Amir Ohana, em Tel Aviv, 29 de julho de 2020 [Mostafa Alkharouf/Agência Anadolu]

Milhares de israelenses marcharam em frente à residência do Primeiro-Ministro de Israel Benjamin Netanyahu, em Jerusalém, no sábado (8), conforme se aprofunda a indignação pública diante das acusações de corrupção do premiê e de sua abordagem à crise do coronavírus.

As informações são da agência Reuters.

“Sua hora chegou”, lia-se em letras garrafais projetadas em um edifício no local do protesto. Manifestantes exibiram bandeiras israelense e reivindicaram a renúncia de Netanyahu, ao acusá-lo de fracassar na proteção de empregos e negócios, afetados pela pandemia.

O movimento de protesto intensificou-se nas últimas semanas. Críticos acusam Netanyahu de distrair-se na gestão pública por problemas pessoais, isto é, seu julgamento por corrupção. O premiê israelense nega qualquer delito.

Netanyahu assumiu seu quinto mandato como primeiro-ministro em maio, após eleição acirrada. A fim de compor um novo governo, aliou-se ao adversário eleitoral Benny Gantz, ao nomeá-lo premiê alternativo e Ministro da Defesa de Israel.

LEIA: Jornal de Israel diz que Netanyahu quer formar um novo partido

Em resposta aos pedidos por sua renúncia, Netanyahu decidiu acusar os manifestantes de “pisar sobre a democracia” e atacou a imprensa israelense por “encorajar a dissidência”.

Neste sábado, o partido conservador nacionalista Likud, liderado pelo primeiro-ministro, chamou os protestos de “tumultos de esquerda” e acusou a popular emissora israelense Channel 12 de “fazer tudo que pode para incitar manifestações de extrema-esquerda”, ao referir-se aos opositores do governo.

“Netanyahu luta para fazer a economia israelense voltar ao normal e para transferir fundos e garantias aos cidadãos de Israel”, declarou o Likud, em nota compartilhada na página do Twitter do premiê.

Os protestos se espalharam para além da residência oficial de Netanyahu, em Jerusalém ocupada. Muitos israelenses se reuniram em pontes e junções rodoviárias por todo o país.

Em uma grande passarela ao norte de Tel Aviv, centro comercial de Israel, diante de uma rodovia bastante movimentada, manifestantes exibiram bandeiras negras e entoaram palavras de ordem, enquanto carros buzinavam logo abaixo.

Uma manifestante, identificada apenas como Yael, relatou ter perdido o emprego em um restaurante de Tel Aviv e que o auxílio emergencial do governo demorou a chegar. Declarou: “Poderíamos supor que uma crise única como essa levaria Netanyahu a agir, mas não foi assim. Basta já!”

Em maio, Israel suspendeu o lockdown parcial que supostamente achatou a curva de contágio no país. Contudo, uma segunda onda de casos de covid-19 e novas restrições resultaram em queda na taxa de aprovação de seu governo, abaixo de 30%.

Desde então, muitas restrições foram novamente suspensas, a fim de reanimar a atividade empresarial de Israel. Entretanto, o índice de desemprego chegou a 21.5% e a economia deve contrair-se em ao menos 6%, neste ano.

LEIA: Premiê de Israel Benjamin Netanyahu condena protestos contra si próprio

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