Neste domingo (9), o Papa Francisco exortou o povo do Líbano a trabalhar em conjunto diante da explosão devastadora no porto de Beirute, para dar a luz a uma nova coexistência “livre e forte”, segundo informações da agência Reuters.
O pontífice abordou o incidente durante sua mensagem semanal na Praça de São Pedro, Vaticano.
Enquanto isso, parte da população libanesa saiu às ruas para reivindicar a deposição da elite no poder. O Patriarca Boutros al-Rai, principal clérigo cristão maronita do Líbano, membro da Igreja Ortodoxa Oriental, também defendeu a renúncia do gabinete de governo.
“A catástrofe de terça-feira pede a todos, a começar pelo povo libanês, que trabalhem juntos pelo bem comum de seu amado país”, declarou Francisco, ao alegar que a coexistência entre culturas distintas tornou-se ainda mais frágil perante a explosão.
“Mas rezo, com a ajuda de Deus e a participação genuína de todos, para que [o Líbano] possa renascer livre e forte”, declarou o líder máximo da Igreja Católica.
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A política fragmentada do Líbano é vulnerável a interferências externas, que historicamente incitam ou agravam crises domésticas.
O poderoso grupo Hezbollah, ligado ao Irã e aliado do regime ditatorial da Síria, de Bashar al-Assad, enfrentou militarmente o vizinho Israel em diversas ocasiões e é designado “terrorista” pelos Estados Unidos e aliados do Golfo.
O papa enviou uma doação no valor de €250.000 (aproximadamente US$295.000) à Igreja no Líbano, a fim de ajudar vítimas da explosão, que resultou em 158 mortos e mais de 6.000 feridos, além de destruir partes da cidade, desabrigar milhares de residentes e agravar meses de colapso econômico, político e social no país.