A reunião semanal do gabinete de governo israelense, prevista para ontem (9), foi cancelada devido a um impasse entre parceiros da coalizão, reportou a mídia local.
Segundo a rede Ynet News, o partido Likud, liderado pelo Primeiro-Ministro Benjamin Netanyahu, alega que parceiros do centrista Azul e Branco (Kahol Lavan) recusaram-se a inserir o novo pacote de resgate do coronavírus na agenda.
Por sua vez, o Azul e Branco – liderado por Benny Gantz, premiê alternativo e ex-adversário eleitoral de Netanyahu – alega que a medida representa mera manobra política do primeiro-ministro, para encontrar uma forma de convocar novas eleições de urgência.
Em relação ao pacote assistencial, o Azul e Branco afirmou em nota: “Este é um plano de auxílio multibilionário, de longo prazo, que não foi apresentado em sua totalidade e sequer finalizado … A tentativa de colocá-lo sobre a mesa da noite para o dia é nada mais que uma acrobacia política irresponsável. Esperamos que o Likud cumpra o acordo de coalizão e aprove os estatutos de governo”.
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Prosseguiu a declaração: “Os cidadãos israelenses esperam estabilidade e credibilidade do governo, e o Azul e Branco não concorda em prejudicar isso … O Azul e Branco informou o Likud que qualquer voto relacionado a projetos de lei do coronavírus não deve ser postergado e deve ser votado por telefone.”
A disputa escala tensões entre Netanyahu e Gantz – que também ocupa o cargo de Ministro da Defesa –, em particular, no que se refere à aprovação do orçamento estatal, tema que ameaça resultar na convocação de uma quarta eleição israelense em menos de dois anos, em plena pandemia de coronavírus.
Segundo o Likud, o último pacote de resgate, esboçado por Netanyahu e pelo Ministro das Finanças Israel Katz, custará ao contribuinte cerca de 8.5 bilhões de shekels (US$2.5 milhões) e busca conceder apoio àqueles mais atingidos pela crise econômica vigente.
Conforme informações da rede Quds Press, a rádio geral de Israel relatou que, caso os dois partidos não consigam aprovar o orçamento até 25 de agosto, o governo terá de ser dissolvido e Israel terá de enfrentar uma quarta eleição, ainda em novembro.
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