Israel está assumindo uma abordagem cada vez mais “equilibrada” sobre o governo da Líbia reconhecido internacionalmente, liderado pelo Primeiro-Ministro Fayez al-Sarraj, segundo informações do jornal israelense Haaretz.
O Mossad, serviço secreto israelense, apoia efetivamente o general renegado Khalifa Haftar, cujas milícias buscam capturar a totalidade do território líbio.
Contudo, segundo fontes estrangeiras do Haaretz, a agência de Israel busca agora uma abordagem mais ponderada sobre suas relações com o chamado Governo de União Nacional, com sede em Trípoli, capital da Líbia.
O jornal não esclareceu, no entanto, como de fato se materializa tal abordagem “equilibrada”.
Recentemente, Israel indicou um novo diretor-geral para o Ministério da Inteligência, ainda anônimo, sob o codinome “R”. O termo de confidência foi justificado pois o oficial ainda “está tecnicamente sob empréstimo de seu empregador prévio, Shin Bet.”
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O Shin Bet opera como polícia de inteligência interna de Israel, enquanto o Mossad opera em nível internacional.
Dentre as poucas informações concedidas até então, destaca-se o fato de que “R” serviu anteriormente como chefe da divisão no “campo de Gaza”, incumbido de frustrar ataques e reunir informações sobre as partes em confronto.
A Líbia é dividida por guerra civil desde a deposição e morte do longevo ditador Muammar Gaddafi, em 2015. Um novo governo foi fundado no mesmo ano sob acordo da ONU, mas esforços para uma solução política de longo prazo fracassaram devido a uma ofensiva militar conduzida por forças leais a Haftar, contra a capital do país norte-africano.
A ONU reconhece, portanto, o Governo de União Nacional como autoridade legítima da Líbia.
Desde abril de 2019, o governo de Sarraj, em Trípoli, enfrenta militarmente as milícias de Haftar, que recebem apoio da Arábia Saudita, Rússia, Egito, Emirados Árabes Unidos e França. O Governo de União Nacional tem apoio da Turquia.
Em menos de dois anos, o conflito resultou em mais de mil mortes.