Israel e os Emirados Árabes Unidos assentiram hoje (13) com um tratado de paz histórico que levará à plena normalização de suas relações diplomáticas, reportou a agência Reuters.
Sob o acordo, Israel concordou em suspender a aplicação de soberania a áreas da Cisjordânia que estavam sob debate para anexação, relataram oficiais da Casa Branca à agência de notícias. O acordo de paz é resultado de duradouras conversas entre Israel, Emirados Árabes Unidos e Estados Unidos, que se aceleraram recentemente, segundo as fontes.
O acordo foi selado hoje, por telefonema entre o Presidente dos Estados Unidos Donald Trump, o Primeiro-Ministro de Israel Benjamin Netanyahu e o príncipe herdeiro dos Emirados Árabes Unidos Mohammed bin Zayed.
“Enorme avanço hoje! Acordo de paz histórico entre dois grandes amigos, Israel e Emirados Árabes Unidos”, celebrou Trump em seu Twitter.
HUGE breakthrough today! Historic Peace Agreement between our two GREAT friends, Israel and the United Arab Emirates!
— Donald J. Trump (@realDonaldTrump) August 13, 2020
Os oficiais descreveram o pacto, promovido como Acordo de Abraão, como o primeiro do tipo desde 1994, quando Israel e Jordânia assinaram seu tratado de paz. A decisão também concede a Trump uma vitória em âmbito da política estrangeira, conforme o presidente busca reeleger-se, em 3 de novembro.
Uma declaração conjunta emitida pelos três países declarou que os líderes “assentiram com a plena normalização das relações entre Israel e Emirados Árabes Unidos”.
“O avanço diplomático histórico promoverá progresso de paz para a região do Oriente Médio e é uma declaração a favor da ousada diplomacia e da visão dos três líderes, além da coragem dos Emirados Árabes Unidos e de Israel em estabelecer uma nova rota, que despertará o enorme potencial regional”, alegou a declaração.
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Delegações de Israel e Emirados Árabes Unidos deverão encontrar-se nas próximas semanas para assinar acordos bilaterais referentes a investimento, turismo, voos diretos, segurança, telecomunicações e outros setores, prosseguiu a nota oficial.
Os dois países devem logo trocar embaixadores e estabelecer embaixadas.
O comunicado afirma que, “como resultado deste avanço diplomático e a pedido do Presidente Trump, com apoio emiradense, Israel suspenderá a declaração de soberania” sobre territórios ocupados da Cisjordânia, previstos para anexação ilegal segundo o plano norte-americano, anunciado como “acordo do século”, em janeiro último.
“Israel, no futuro próximo, deverá concentrar-se na construção desta relação e buscar todas as vantagens que puder obter deste novo relacionamento … também [acreditamos] que tais ações possibilitam novas normalizações e acordos de paz com outros agentes regionais relevantes”, reportou um oficial americano à Reuters.
O pacto alega ainda conceder maior acessos à Mesquita de Al-Aqsa para fiéis muçulmanos, localizada na Cidade Velha de Jerusalém, ocupada por Israel, ao permitir que turistas emiradenses voem diretamente de Abu Dhabi a Tel Aviv, segundo as informações.
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