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‘Apenas um voto’ – Estados Unidos são humilhados na ONU, ao tentar renovar embargo contra o Irã

Secretário de Estado dos Estados Unidos Mike Pompeo em coletiva de imprensa, em Praga, República Tcheca, 11 de agosto de 2020 [Lukas Kabon/Agência Anadolu]
Secretário de Estado dos Estados Unidos Mike Pompeo em coletiva de imprensa, em Praga, República Tcheca, 11 de agosto de 2020 [Lukas Kabon/Agência Anadolu]

Neste sábado (15), o Presidente do Irã Hassan Rouhani alegou que os Estados Unidos sofreram uma derrota humilhante pela recusa do Conselho de Segurança da ONU em estender o embargo de armas a Teerã. O Secretário de Estado dos Estados Unidos Mike Pence descreveu a decisão como “erro grave”, segundo a Reuters.

Em votação no Conselho de Segurança, realizada na sexta-feira (14), sobre a proposta americana de estender o embargo internacional de armas contra o Irã, Rússia e China votaram contra, enquanto outros onze membros se abstiveram – incluindo França, Reino Unido e Alemanha. Somente Estados Unidos e República Dominicana votaram a favor.

“Não me lembro dos Estados Unidos prepararem uma resolução por meses, a fim de atingir a República Islâmica do Irã, e conseguir angariar apenas um voto”, destacou Rouhani, em comunicado na televisão. Prosseguiu:

Nosso enorme sucesso é que os Estados Unidos foram derrotados nesta conspiração de forma humilhante!

O embargo de armas da ONU contra o Irã está previsto para expirar em outubro, conforme o acordo nuclear estabelecido entre Irã e potências globais, em 2015. Segundo o pacto, diversas sanções internacionais contra o Irã seriam suspensas, em troca da interrupção nas operações do programa nuclear iraniano. Entretanto, em 2018, o Presidente dos Estados Unidos Donald Trump decidiu revogar unilateralmente o acordo.

“É um erro grave, lamentamos”, declarou Pompeo, no sábado (15), sobre a votação no Conselho de Segurança da ONU, em coletiva de imprensa realizada durante visita à Polônia

Washington agora pode cumprir a ameaça de provocar o retorno de todas as sanções da ONU ao Irã, conforme cláusula do acordo nuclear conhecida como “snapback”. Segundo diplomatas, o governo de Trump poderia invocar a cláusula logo nesta semana, mas teria de enfrentar uma dura batalha para mantê-la.

O Ministro de Relações Exteriores de Israel Gabi Ashkenazi afirmou que a decisão do Conselho de Segurança de não prorrogar o embargo de armas ao Irã levará a maior instabilidade no Oriente Médio.

“O regime extremista no Irã não apenas financia o terrorismo, mas assume participação ativa no terrorismo por meio de suas divisões armadas em todo o mundo, além de utilizá-lo como ferramenta política. Este comportamento representa perigo à estabilidade regional e internacional”, reiterou Ashkenazi em nota divulgada no sábado.

Após a votação no Conselho de Segurança, o Presidente da Rússia Vladimir Putin propôs realizar uma cúpula de líderes mundiais para evitar “confrontos” sobre a ameaça dos Estados Unidos de retomar todas as sanções contra Teerã.

LEIA: Irã desmente apreensão de suas cargas de petróleo pelos EUA

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