Soldados israelenses demoliram um edifício residencial palestino em construção, localizado em Jabal al-Mukabber, no bairro de as-Sal’a, território ocupado de Jerusalém Oriental. Israel alegou que a obra não possuía os alvarás necessários, segundo informações da agência de notícias Wafa.
Palestinos raramente conseguem obter os alvarás emitidos pela ocupação israelense, em particular, na região de Jerusalém Oriental.
Segundo testemunhas, jipes e veículos militares de Israel, acompanhados por três tratores, invadiram o bairro na manhã de hoje (19) e destruíram o edifício de seis andares.
O edifício pertencia a um palestino local, identificado como Aziz Jamil Ja’abis, impedido de acessar sua propriedade e forçado a deixar a área de demolição.
A invasão incitou confrontos entre residentes palestinos e forças israelenses. Os soldados da ocupação então dispararam balas de borracha e munição real contra jovens locais, que tentavam bloquear o caminho. Um palestino foi baleado e gravemente ferido.
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Mohammad Ja’abis, cerca de 20 anos, foi baleado por um soldado de Israel e levado com urgência ao Hospital Al-Makaseed, em Jerusalém, onde deve passar por cirurgia. Testemunhas, no entanto, confirmaram que soldados israelenses cercaram o hospital a fim de prender Ja’abis.
O território ocupado de Jerusalém Oriental está localizado na chamada Área C, designada pelos acordos de Oslo, que recai sob pleno controle militar e administrativo da ocupação israelense. Como resultado, Israel frequentemente emite ordens de demolição contra palestinos locais, tanto contra novas construções, necessárias para conter a expansão familiar, quanto contra construções existentes há décadas.
As políticas de demolição contra civis, amplamente praticadas por Israel, cujos alvos são famílias inteiras de cidadãos palestinos, representam ato ilegal de punição coletiva e violam diretamente a lei humanitária internacional.