Aproximadamente 2.750 toneladas de nitrato de amônio, o mesmo produto químico que causou a explosão de 4 de agosto em Beirute, foram descobertas no porto de Dakar, no Senegal, informou a Agence France Presse.
As autoridades locais disseram que 3.050 toneladas de nitrato de amônio chegaram ao porto de Dakar, que fica próximo à cidade densamente povoada, e estava a caminho de Mali.
Segundo comunicado das autoridades portuárias, cerca de 350 toneladas do químico altamente explosivo já foram transportadas para o Mali.
No entanto, as entregas pararam depois que as fronteiras do estado sem litoral foram fechadas na sequência de um golpe liderado pelos militares na terça-feira.
O proprietário não identificado da substância foi solicitado a reexportar o produto químico do porto de Dakar por temor de que o produto químico pudesse, se incendiado, causar uma devastação semelhante à de Beirute.
De acordo com a AFP, o proprietário do nitrato de amônio se ofereceu para armazenar o produto químico fora de Dakar, mas a oferta foi rejeitada pelo ministério do meio ambiente senegalês, que disse que a substância deveria ser removida do país.
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No início desta semana, o governo senegalês anunciou planos para monitorar e garantir o armazenamento adequado de produtos químicos perigosos no país, para evitar um desastre como a explosão em Beirute.
Em 4 de agosto, 2.750 toneladas de nitrato de amônio, que haviam sido armazenadas de forma insegura no porto de Beirute por pelo menos seis anos, incendiaram e explodiram.
A explosão matou cerca de 200 pessoas, feriu outros milhares e causou danos materiais generalizados a uma distância de até 15 milhas do local da explosão.
Por temor de que o desastre possa ser replicado em outros lugares, governos em todo o mundo ordenaram verificações no armazenamento de produtos químicos perigosos em portos localizados perto de cidades.
Até o momento, surgiram relatórios alegando que quase cinco mil toneladas de nitrato de amônio estão armazenadas no Porto de Aden, no Iêmen, embora o governo e as autoridades portuárias tenham negado as informações.
Na esteira do desastre de Beirute, o governo iraquiano ordenou uma revisão dos depósitos de produtos químicos perigosos em todo o país. Durante a revisão, um estoque de nitrato de amônio foi descoberto no Aeroporto Internacional de Bagdá. Mais tarde, o governo disse que havia removido com segurança a substância do centro de transporte da capital.
Austrália, Índia e Reino Unido também admitiram ter estoques de nitrato de amônio.
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