Ronni Gamzu, chefe da força-tarefa israelense contra o coronavírus, requisitou ao Presidente da Ucrânia Volodymyr Zelensky que proíba a peregrinação anual de judeus ultraortodoxos à cidade de Uman, no centro do território ucraniano, diante de preocupações de que o local possa tornar-se epicentro regional do covid-19.
Dezenas de milhares de judeus hassídicos viajam a Uman durante o Ano Novo Judaico, para visitar o túmulo do rabino Nachman de Breslov, patrono do movimento ultraortodoxo, falecido em 1810. Neste ano, o Ano Novo Judaico será celebrado entre 18 e 20 de setembro.
Os governos ucraniano e israelense já emitiram notas conjuntas exortando os peregrinos a cancelar suas viagens, mas multidões de religiosos de diversas localidades ainda planejam viajar ao local.
Gamzu, em nome do governo israelense, enviou então uma carta oficial a Zelensky, para que o líder ucraniano adote medidas diante do risco de contágio.
“Uma aglomeração do tipo, em tempos tão difíceis, deve gerar eventos massivos de infecção sobre os turistas e residentes ucranianos locais, resultando em pesado fardo imposto aos sistemas de saúde locais e maior propagação do vírus”, declarou Gamzu, conforme informações da agência Reuters.
Destacou Gamzu:
Apelo ao senhor para que imponha uma proibição a tais celebrações, neste ano, como parte dos esforços de toda a comunidade global para interromper o avanço desta terrível pandemia.
Na sexta-feira, Israel ultrapassou os 100.000 casos registrados de coronavírus, após novo surto decorrente de uma abertura considerada precipitada. Com população de nove milhões de habitantes, o país registrou até então 809 mortes por covid-19.
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