Estruturas rochosas sauditas podem ser as mais antigas do mundo

Centenas de pedras em formato retangular, referidas como ‘mustatil’, na Arábia Saudita [The Holocene/Twitter]

Misteriosas estruturas rochosas descobertas três anos atrás na Arábia Saudita podem estar entre as mais antigas do mundo. Arqueólogos acreditam que as estruturas possuem cerca de 7.000 anos, o que as torna mais antigas que as célebres Pirâmides de Gizé, no Egito, ou o Stonehenge, na Inglaterra – estimados em 4.500 e 5.000 anos, respectivamente.

Certa vez denominadas “portões”, centenas de pedras em formato retangular, agora referidas como “mustatil” (em árabe, retângulo), foram utilizadas possivelmente para rituais, segundo pesquisa publicada recentemente por uma equipe de pesquisadores, na revista The Holocene.

“O fenômeno mustatil representa um desenvolvimento notável de arquitetura monumental, pois centenas dessas estruturas foram construídas no noroeste da Arábia”, reportou o artigo. “Esta ‘paisagem monumental’ representa uma das formas mais antigas de estrutura monumental rochosa em larga escala, de todo o mundo”.

 

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Pesquisadores utilizaram datação por radiocarbono sobre resíduos de carvão encontrados em uma das estruturas para determinar sua origem em cerca de 5.000 a.C. As estruturas possuem de 15 metros a 600 metros de extensão.Análises mais detalhadas dos monumentos descobriram que possuíam uma plataforma em cada um dos limites da construção retangular, algumas com desenhos geométricos, “diferente de qualquer outro contexto de arte sobre a rocha”, na região.

A primeira descoberta de mustatils foi feita no deserto vulcânico de Harrat Khaybar. Contudo, uma equipe de arqueólogos, que executa investigações similares,identificaram mustatils no Deserto de Nefud, no norte do país, com auxílio de imagens de satélite de alta resolução e dados da ferramenta Google Earth.

“[É] bastante possível que tais estruturas fossem visualmente espetaculares e talvez extensivamente ilustradas”, relatou Huw Groucutt, chefe da missão, ao website Live Science. Segundo o Instituto Max Planck, declarou Groucutt: “Talvez fossem locais de sacrifício animal ou festivais”.

No artigo da revista The Holocene, escreveram os pesquisadores: “Entre dez e seis mil anos atrás, a Península Arábica vivenciou os mais recentes períodos de ‘Arábia Verde’, quando chuvas exponenciais transformaram a região geralmente árida”. Porém, o período não durou e a região voltou a secar. Neste ponto, as estruturas retangulares param de aparecer no registro arqueológico.

Tais mudanças no ambiente local provavelmente levaram à emergência do período Neolítico na Arábia, onde cultura locais foram radicalmente transformadas, sugere artigo da revista Ancient Origins.

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