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Suíça considera criminalizar o Hezbollah

Marianne Binder-Keller, política do Partido Popular Democrata Cristão, da Suíça [Wikimedia/Parlamento da Suíça]
Marianne Binder-Keller, política do Partido Popular Democrata Cristão, da Suíça [Wikimedia/Parlamento da Suíça]

A Suíça está considerando banir o grupo libanês xiita Hezbollah, ligado ao Irã, após o conselho federal do país europeu consentir, na última semana, em rever um relatório sobre as atividades do grupo dentro de suas fronteiras.

O pedido foi submetido por Marianne Binder-Keller, política do Partido Popular Democrata Cristão, sob título: “Relatório sobre as atividades do Hezbollah islâmico-xiita na Suíça”.

A solicitação, segundo o jornal israelense The Jerusalem Post, pode levar à plena criminalização do Hezbollah na Suíça. Recursos do movimento libanês, em contas bancárias localizadas no país europeu, podem ser congelados e confiscados.

Binder reivindica a criminalização do grupo, ao argumentar que “vista a neutralidade da Suíça, contudo, as atividades do Hezbollah não podem ser legitimadas, e um relatório também é aconselhável por razões de política de segurança”.

A iniciativa, submetida em junho, menciona a decisão da Alemanha de proibir tanto o ramo político quanto militar do Hezbollah em seu território, em abril, como potencial catalisador para uma medida semelhante na Suíça.

“Em 30 de abril de 2020, a Alemanha baniu todas as atividades do Hezbollah islâmico-xiita”, enfatiza o documento. “A Alemanha justifica sua decisão pelo fato do Hezbollah convocar uma luta armada e rejeitar o direito de existência do Estado de Israel”.

Anteriormente, o governo alemão havia criminalizado o braço armado do movimento libanês. A designação como grupo terrorista só estendeu-se à ala política em abril.

A iniciativa suíça também cita a proibição do braço armado do grupo pela União Europeia, mas afirma que “não é sabido quais atividades o Hezbollah desenvolve na Suíça”.

Outros países na Europa, como Reino Unido, Lituânia e Holanda, já baniram todas as atividades do Hezbollah dentro de suas fronteiras.

O Reino Unido oficialmente baniu a ala política do grupo em 2019, após previamente criminalizar o ramo militar. A lei britânica agora determina como crime a filiação à organização libanesa, assim como o recrutamento ou convite por apoio.

A União Europeia enfrenta pressão crescente para criminalizar o Hezbollah como um todo. Alguns estados-membros, como Alemanha e Holanda, já assumiram a decisão de modo independente.

Em julho, mais de 200 membros do parlamento europeu assinaram uma declaração rotulando o Hezbollah como “mais mortal agente por procuração do regime iraniano”, ao considerar a distinção entre os braços político e militar da organização como “falaciosa” e exortar o bloco europeu a banir o grupo como um todo.

O Hezbollah foi estabelecido em 1982, como partido político majoritário no Líbano, que detém apoio das regiões sul e leste do estado mediterrâneo.

O grupo libanês xiita, sustentado em grande parte por sua relação com o Irã, também é apoiador do Presidente da Síria Bashar al-Assad, ao longo da guerra civil no país vizinho.

LEIA: Três membros do Hezbollah são absolvidos pela morte de Rafic Hariri; outro, considerado culpado

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