Emad Hajjaj, cartunista palestino-jordaniano, foi preso na Jordânia ontem (26) após publicar uma caricatura de Mohammed Bin Zayed, príncipe herdeiro de Abu Dhabi e governante dos Emirados Árabes Unidos.
Nidal Mansour, diretor executivo do Centro de Defesa à Liberdade dos Jornalistas, relatou que Hajjaj foi detido conforme processo registrado sob a lei de crimes cibernéticos.
![Caricatura ‘ofensiva’ de Mohammed Bin Zayed, príncipe herdeiro de Abu Dhabi, diante da normalização das relações entre Emirados e Israel [Emad Hajjaj]](https://i0.wp.com/www.monitordooriente.com/wp-content/uploads/2020/08/caricature-insulting-Mohammed-Bin-Zayed.jpg?resize=500%2C281&ssl=1)
Caricatura ‘ofensiva’ de Mohammed Bin Zayed, príncipe herdeiro de Abu Dhabi, diante da normalização das relações entre Emirados e Israel [Emad Hajjaj]
O cartum, publicado pelo site de notícias Al-Araby Al-Jadeed, retrata uma pomba da paz, com a bandeira israelense sobre o torso, cuspindo no rosto de Bin Zayed.
A ilustração de Hajjaj é um comentário crítico ao “acordo de paz” anunciado recentemente entre Emirados Árabes Unidos e Israel, mediado por Washington.
A caricatura assinada por Hajjaj inclui legenda: “Israel pede à América que não venda aviões F-35 aos Emirados”, em comentário sobre os anseios de Abu Dhabi em adquirir as aeronaves de guerra dos Estados Unidos, suposta motivação ulterior para o acordo.
Os Emirados Árabes Unidos representam o quarto país árabe a instituir laços com Israel, após Egito, Jordânia e Mauritânia. O último, no entanto, suspendeu as relações com o estado sionista em resposta à guerra em Gaza, em 2014.
Após sua prisão, jornalistas realizaram um protesto em solidariedade a Hajjaj, em frente ao Palácio da Justiça, reivindicando sua soltura imediata e retirada das acusações.
A organização Repórteres Sem Fronteiras (RST) também exigiu a libertação de Hajjaj, exortando autoridades jordanianas a não utilizarem a legislação sobre crimes cibernéticos como pretexto para silenciar vozes críticas.
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