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Brasil enviará mais 60 toneladas de doações ao Líbano

Robert Sami Nemer, presidente da Associação Médica Líbano-Brasileira [Foto reprodução]
Robert Sami Nemer, presidente da Associação Médica Líbano-Brasileira [Foto reprodução]

São Paulo – O Grupo de Ajuda Humanitária da Comunidade Líbano-Brasileira arrecadou mais 60 toneladas em donativos que devem ser enviados a Beirute até terça-feira (25), de acordo com o presidente do Instituto Kanoun (Associação de Juristas de Origem Libanesa), Ricardo Maluf. Ele falou durante webinar com o ex-presidente Michel Temer, que chefiou a missão humanitária do Brasil ao Líbano no último dia 13, após a tragédia no Porto de Beirute, no dia 04 de agosto.

“Já temos donativos, dinheiro, medicamentos, alimentos, hoje temos aí armazenadas mais de 60 toneladas prontas pra serem embarcadas imediatamente, aguardando pequenas decisões que devem sair nas próximas 24 horas”, disse Maluf no evento virtual. O webinar, promovido pelo Grupo de Ajuda Humanitária da Comunidade Líbano-Brasileira, foi organizado pela Câmara de Comércio Árabe Brasileira e reuniu mais de 800 pessoas.

O presidente da Associação Médica Líbano-Brasileira, Robert Sami Nemer (foto acima), afirmou que é preciso passar para a fase de execução de tudo que tem sido discutido pelo grupo de ajuda humanitária. “Estamos nessa fase agora, nós temos muitas toneladas principalmente de medicamentos a serem transportadas para o Líbano e gostaria que tudo isso fosse enviado ainda esta semana, até quarta ou quinta-feira, com a ajuda do [ex]presidente. E vamos continuar nosso esforço, nosso Líbano merece mais do que isso”, declarou no webinar.

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Ex-presidente Michel Temer é chefe da missão humanitária do Brasil ao Líbano

Ex-presidente Michel Temer é chefe da missão humanitária do Brasil ao Líbano

Nemer disse que houve danos em vários hospitais de Beirute e que a associação quer ajudar de alguma forma. Ele fez um pedido ao ex-presidente Michel Temer durante o webinar. “A gente percebe que a medicina brasileira no Líbano é pouco conhecida, e eu gostaria de fazer um pedido ao governo brasileiro para ajudar nesse elo, aproveitar essa oportunidade embora triste, para colocar a medicina brasileira no Líbano, em termos de troca, intercâmbio de informações e até ajuda médica humanitária. Queremos apoio do governo para entrar no Líbano como medicina brasileira de ponta”, disse.

O ex-presidente Temer disse que irá fazer chegar o pedido ao presidente Jair Bolsonaro e ao ministro da Saúde interino, Eduardo Pazuello. “É fundamental uma divulgação da nossa medicina, muito avançada, e o auxílio para o Líbano. Farei chegar sua manifestação ao ministro da Saúde”, disse Temer.

Nemer fez outro pedido ao ex-presidente. “Além das doações, podemos fazer uma campanha de amostras grátis que todo médico recebe, podemos juntar toneladas de amostras grátis e a gente precisa de uma facilidade para transportar e levar isso para lá. Peço para o [ex]presidente ajudar, se possível”, disse.

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Temer respondeu que fará o possível para facilitar o desembaraço de tudo que pode ir para o Líbano. “Tenho certeza de que o governo vai ajudar rapidamente para que esses medicamentos possam chegar lá”, declarou.

Ricardo Maluf, presidente do Instituto Kanoun

Ricardo Maluf, presidente do Instituto Kanoun

Ricardo Maluf disse ser fundamental manter as doações e todo tipo de ajuda humanitária ao Líbano neste momento. “Devemos lembrar e manter a chama acesa, para um trabalho de médio e longo prazo permanente que já está sendo idealizado pelas lideranças”, disse.

Maluf perguntou a Temer o que o Brasil ofereceu ao Líbano além dos donativos. Temer disse que se reuniu com as representações religiosas libanesas maronita, xiita, sunita e drusa. “Fora a ajuda humanitária, eu chamei de uma atitude ousada pedir ao nosso representante diplomático para que chamasse as representações religiosas, que têm grande poder de convencimento no Líbano, não podemos negar. O que nós mais queremos é a paz, uma tranquilidade interna no Líbano, e essa paz pode vir também pela pregação religiosa. O Brasil está muito disposto a isso. Temos grande ligação afetiva e cultural com o Líbano, essa ajuda política pode ser feita, tenho insistido para que a nossa diplomacia permanentemente se manifeste. Os franceses, russos e americanos estão lá oferecendo ajuda, dizendo que irão patrocinar a pacificação do Líbano, e o Brasil não pode ficar de fora. É preciso que a diplomacia brasileira entre pra valer nesse assunto”, declarou Temer.

O webinar contou também com a participação do embaixador do Líbano no Brasil, Joseph Sayah; do presidente da Câmara Árabe, Rubens Hannun; do presidente da Câmara de Comércio Brasil-Líbano, Alfredo Cotait Neto; do presidente da Fambras Halal, Mohamed Zoghbi e do secretário-geral da Câmara de Comércio Brasil-Líbano, Guilherme Mattar. O evento virtual foi moderado pelo secretário-geral e CEO da Câmara Árabe, Tamer Mansour.

O Grupo de Ajuda Humanitária da Comunidade Líbano-Brasileira foi formado após a explosão no Porto de Beirute, e conta com diversas entidades e associações, como a Câmara de Comércio Árabe Brasileira, Câmara de Comércio Brasil-Líbano, Federação das Associações Muçulmanas do Brasil (Fambras), Instituto Kanoun, Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Associação Médica Líbano-Brasileira, Cidade de São Paulo, Governo Federal, Hospital Sírio Libanês, Mesquita Brasil, Clube Atlético Monte Líbano, Embaixada do Líbano em Brasília, Hospital do Coração (Hcor), Fundação Cristã da Diáspora Libanesa (FCDL), Sociedade Beneficente Muçulmana, União Nacional Islâmica (Uni) e Esporte Clube Sírio.

Publicado originalmente em Anba

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