Sayyed Hassan Nasrallah, líder do Hezbollah, afirmou neste domingo (30) que é questão de tempo para que o grupo xiita libanês vingue a morte de um de seus combatentes, na Síria, ao retaliar contra tropas israelenses. Advertiu, no entanto, que a organização não será atraída a confrontos na fronteira entre Israel e Líbano.
As informações são da agência Reuters.
A última guerra entre Israel e Hezbollah, ligado ao Irã, ocorreu em 2006. Tensões na fronteira, contudo, escalaram recentemente após o movimento xiita reportar a morte de um de seus membros em aparente ataque israelense sobre o território sírio, em julho.
“Israel precisa compreender que, quando mata um de nossos mujahideen [combatentes], teremos de matar um de seus soldados. Esta é a equação”, alertou Nasrallah, na televisão.
“Não nos engajaremos em troca de tiros … é o que deseja Israel”, prosseguiu. “Eles sabem que não buscamos uma conquista publicitária, mas sim retaliação ao matar um de seus soldados, que estão escondidos feito ratos”.
Nesta semana, o Exército de Israel insistiu ter atacado postos do Hezbollah após disparos contra tropas israelenses; porém, Nasrallah negou. Em julho, Israel alegou que o grupo libanês executou uma tentativa de infiltração, acusação também negada.
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Nenhuma baixa foi reportada em nenhum dos lados, durante tais incidentes.
Nasrallah reiterou que o Hezbollah não será atraído a confrontos que possam “desperdiçar o sangue de nossos mártires e nossa equação”.
Em 2019, após dois membros do Hezbollah serem mortos em Damasco, Nasrallah prometeu retaliação caso Israel executasse qualquer outro combatente do grupo, em território sírio. O Hezbollah opera na Síria como parte dos esforços iranianos em apoio ao Presidente Bashar al-Assad, diante da guerra civil que escalou da violenta repressão do governo contra protestos populares, em 2011.
Israel intensificou seus ataques contra a Síria nos últimos meses. Fontes de inteligência ocidentais alegam tratar-se de uma guerra clandestina, aprovada por Washington, com o intuito de sabotar a presença militar do Irã na região, sem agravar hostilidades diretas de larga escala.