Nesta segunda-feira (31), o governo civil-militar do Sudão assinou um acordo de paz com cinco grupos rebeldes de destaque no país, passo significativo para a solução de conflitos profundamente arraigados no território sudanês, incitados ao longo dos 30 anos de governo do ex-presidente Omar al-Bashir.
As informações são da agência Reuters.
Os líderes civis e militares chegaram a um pacto de compartilhamento de poder após protestos populares, que resultaram na deposição de Bashir, em abril de 2019. Encerrar conflitos internos de décadas é uma das principais prioridades do governo de transição, previsto para mandato de 39 meses.
O novo acordo, assinado em Juba, capital do Sudão do Sul, oferece representação política a grupos rebeldes, integração às forças de segurança, direitos econômicos e de propriedade de terras e a oportunidade do retorno a pessoas deslocadas.
Os grupos signatários incluem: o Movimento de Justiça e Igualdade (JEM) e o Exército de Libertação do Sudão, liderado por Minni Minawi, ambos da região ocidental de Darfur, além do Braço Norte do Movimento de Libertação do Sudão (SPLM-N), liderado por Malik Agar, presente nas regiões do Cordofão do Sul e Nilo Azul.
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Segundo estimativas, mais de 300.000 pessoas foram mortas e 2.5 milhões foram deslocadas após o conflito em Darfur espalhar-se pelo país, em 2003, quando forças do governo e milícias árabes reagiram com repressão violenta a rebeldes não-árabes, no Sudão.
O Cordofão do Sul e o Nilo Azul permanecem território sudanês; o Sudão do Sul separou-se do país em 2011. Comunidades locais reclamam de serem marginalizadas pelo governo central, em Cartum.