O Movimento de Resistência Palestina Hamas reiterou ontem (31) que o pacto de normalização entre Israel e Emirados Árabes Unidos não mudará a história ou tornará aceitável a ocupação ilegal sobre terras palestinas.
Em comunicado, com cópia emitida ao MEMO, declarou o Hamas: “Os governantes de Abu Dhabi insistem na normalização de laços com a ocupação israelense por meio deste vexatório acordo […] posto em ações através do primeiro voo entre Tel Aviv e Abu Dhabi, sobre espaço aéreo saudita”.
Prosseguiu: “Este voo ocorre em meio a um novo surto de crimes israelenses contra Jerusalém e a Mesquita de Al-Aqsa e novo pico de atividades de assentamentos e confisco de terras, de modo que a ocupação israelense busca implementar de fato seu plano de anexação […] ocorre em meio ao endurecimento do injusto cerco israelense imposto sobre a Faixa de Gaza, além de contínuos ataques sobre o território costeiro”.
O Hamas classificou a visita de oficiais israelenses a Abu Dhabi como “facada nas costas do povo palestino, com intuito de entrincheirar a ocupação, atraiçoar a opção de resistência e conspirar contra sua luta, cujo objetivo é dar fim à ocupação israelense”.Enfatizou ainda o Hamas:
A insistência dos governantes de Abu Dhabi sobre a normalização não mudará o curso da história ou convencerá o povo árabe a aceitar a ocupação israelense.
“Encerrar a ocupação israelense e libertar a Palestina continuará como alternativa estratégica e consenso”, prosseguiu. “Este movimento jamais terá sucesso em afetar a consciência do público árabe, em geral, e do povo emiradense, em particular, rumo a uma atitude central sobre a ocupação israelense”.
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“Alertamos aqueles que decidem seguir este caminho sobre suas repercussões em termos de segurança nacional árabe e sobre a violação dos direitos permanentes do povo palestino. Exortamos os governantes de Abu Dhabi a recuar deste acordo malfadado imediatamente e convocamos os povos árabes e partidos políticos a assumir posições práticas para enfrentar essa conspiração e fazer todo o necessário para ressuscitar o papel nacional árabe na defesa da Palestina e de sua identidade árabe”, concluiu o Hamas.
Em 13 de agosto, o Presidente dos Estados Unidos Donald Trump anunciou um “acordo de paz” entre Emirados Árabes Unidos e Israel, mediado por Washington, para normalizar relações entre os países.
O governo emiradense alega que o acordo foi um esforço para conter os planos israelenses de anexação ilegal de grandes partes da Cisjordânia ocupada.
Críticos, no entanto, argumentam que as negociações para instituir laços com a entidade sionista ocorrem há anos, ao destacar reiteradas visitas de oficiais israelenses aos Emirados e sua participação em conferências no país do Golfo, que até então não possuía relações diplomáticas com o estado da ocupação.
Não obstante, em 17 de agosto, o Primeiro-Ministro de Israel Benjamin Netanyahu repetiu que a anexação não está descartada, mas sim postergada, por ora.