Quase cem mil pessoas desapareceram na Síria desde o início da guerra civil, em 2011, a maioria pelas mãos do regime sírio de Bashar al-Assad, reportou na última semana a Rede Síria para Direitos Humanos.
A organização divulgou um relatório no Dia Internacional das Vítimas de Desaparecimento Forçado, em 30 de agosto, revelando que ao menos 99.479 pessoas desapareceram na Síria desde março de 2011 até agosto de 2020.
A grande maioria desapareceu por ações de forças do regime e de segurança do estado, com total estimado de 84.371 vítimas, dentre as quais 4.982 mulheres e 1.738 crianças.
A organização terrorista Estado Islâmico (Daesh) é responsável pelo desaparecimento de 8.648 pessoas, incluindo 225 mulheres e 319 crianças.
Segundo o relatório, o regime sírio reconhece apenas 991 mortes em sua custódia, incluindo duas mulheres e nove crianças. Contudo, reitera a organização humanitária: “Aproximadamente 65% dos detidos tornaram-se desaparecidos à força, pois o regime sírio jamais informou suas famílias de seu paradeiro.”
A hegemonia das forças de Assad sobre os números de indivíduos desaparecidos demonstra “falta de compromisso aos acordos e tratados internacionais ratificados pelo governo”.
Em julho, a Rede Síria para Direitos Humanos revelou ainda que 14.400 pessoas morreram sob tortura na Síria desde o início dos conflitos. O regime novamente representa a ampla maioria, com 98% dos casos.
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