O Rei da Arábia Saudita Salman bin Abdulaziz removeu do cargo o comandante máximo das forças de coalizão que intervêm na guerra do Iêmen, em meio a investigações de corrupção, segundo a agência oficial SPA.
O decreto real emitido hoje (1°) declarou exoneração do comandante das Forças Conjuntas, príncipe Fahd Bin Turki, junto de seu filho, príncipe Abdulaziz Bin Fahd, que exercia o posto de governador adjunto da região de Al-Jouf.
A decisão baseou-se em queixa do príncipe herdeiro Mohammed Bin Salman ao comitê anticorrupção do país (Nazaha), a fim de investigar “transações financeiras suspeitas no ministério da defesa”, conforme reportado no decreto.
O príncipe Fahd será substituído pelo Tenente-General Mutlaq Bin Salim.
Quatro outros oficiais do exército saudita estão sob investigação.
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Entretanto, segundo o proeminente informante saudita conhecido como Mujtahidd, o príncipe Fahd foi preso após algumas de suas ações serem interpretadas como prelúdio a um golpe contra Mohammed Bin Salman, governante de fato da Arábia Saudita. Segundo Mujtahidd, novas prisões são esperadas, tanto de membros da família real quanto oficiais militares.
اعتقال فهد بن تركي (قائد القوات المشتركة) بعد أن فسر ابن سلمان بعض تصرفاته أنها مقدمة لانقلاب عليه من خلال القوات التي تخضع له، ويؤيد ذلك اعتقال ابنه نائب أمير الجوف معه ومجموعة من كبار الضباط
لن تكون هذه الأخيرة، ومن المتوقع اعتقالات جديدة في صفوف آل سعود والعسكرييين
— مجتهد (@mujtahidd) August 31, 2020
Para o informante saudita, a prisão do príncipe Fahd é incidente político
O príncipe herdeiro já lançou previamente um expurgo anticorrupção no reino saudita, em 2017, que resultou em centenas de nobres, ministros e empresários presos no Hotel Ritz-Carlton de Riad, capital do país. O movimento foi interpretado na época como forma de subjugar potenciais rivais e consolidar poder.
Em março, quase 300 funcionários públicos, incluindo oficiais militares, foram presos em outra onda repressiva contra supostos casos de corrupção.
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