Ativistas utilizaram tinta vermelha para cobrir a rampa no caminho o ônibus da seleção de futebol israelense à sua partida contra a equipe da Escócia, em Glasgow, na noite de sexta-feira (4), em esforço para destacar a luta do povo palestino.
Imagens do ato em solidariedade à causa palestina e denúncia às violações israelenses repercutiram nas redes sociais, ao espalhar manchas vermelhas com palavras de ordem, como “Sangue Palestino!” e “Gaza Livre!”.
Funcionários do estádio escocês foram vistos tentando limpar a tinta do local, após o protesto.
O protesto ocorreu em meio a uma série de manifestações no entorno do Hampden Park, em apoio aos apelos palestinos por boicote ao jogo com a equipe israelense.
Jogadores de futebol palestinos pediram aos fãs do esporte para não comparecerem à partida. O presidente da Associação de Futebol da Palestina declarou: “Atletas palestinos são submetidos à opressão e ao terrorismo, incluindo muitos presos ou assassinados … Muitas de nossas instalações foram destruídas e a liberdade de movimento dos jogadores é restrita, tanto na Palestina quanto no exterior.”
Scenes outside Hampden ahead of #scotland v #israel pic.twitter.com/Mobnl8DTsY
— Ronnie Esplin (@RonnieEsplin) September 4, 2020
Cenas em frente ao Hampden Park, às vésperas do jogo de futebol Escócia vs. Israel
“O caminho do ônibus da equipe de futebol israelense foi pintado com ‘sangue vermelho’ por ativistas em Glasgow, às vésperas do jogo da Liga das Nações contra a Escócia”, reportou o jornalista e cinegrafista Liam O’Hare em sua página do Twitter.
The path of the Israeli football team’s bus has been painted blood red by activists in Glasgow ahead of tonight’s Nations League game against Scotland. pic.twitter.com/CTalnsvyTd
— Liam O'Hare (@Liam_O_Hare) September 4, 2020
Liam O’Hare relata ‘sangue vermelho’ no caminho israelense para a partida de futebol contra a seleção escocesa, em Glasgow
Muitos usuários das redes sociais aplaudiram o ato, ao destacar “nenhum apoio aos regimes de apartheid” e classificar as imagens do protesto como “muito comovente”.
Massive respect for this. No support for apartheid regimes.
— Alex Hepburn (@alexjhepburn) September 4, 2020
‘Enorme respeito por isso. Nenhum apoio aos regimes de apartheid’
Very moving image. Proud to see @CelticFC supporters stand in solidarity with Palestinians as the rest of the world shamefully turns their backs on the atrocities of the Israeli govt. Anyone who knows the history of the club will understand where this empathy comes from ✊
— Angela 🌹 (@norbois_south) September 4, 2020
‘Imagem muito comovente. É um orgulho ver torcedores do Celtic FC em solidariedade aos palestinos … Quem conhece a história do clube entende de onde vem tamanha empatia’
Outros usuários das redes relacionaram a ação de protesto com a campanha de boicote a equipes esportivas da África do Sul, então sob regime de apartheid, que resultaram efetivamente em uma mudança da política de opressão e racismo.
Boycotting the South African Rugby and Cricket teams in the 1980's had the effect of confirming pariah status on the country and change did come eventually. Its a small gesture but a good one.
— Alan McGeough (@McGeough_Alan) September 4, 2020
‘Boicotar as equipes de rugby e cricket da África do Sul, na década de 1980, teve efeito ao confirmar o status de pária do país e mudá-lo eventualmente. É um pequeno gesto, porém muito bom’
Thank you Glasgow, I get tweets of DAILY atrocities committed on Palestinians. They can buy off and bribe the politicians but not the people ha ha
— abubilu (@abubilu) September 4, 2020
‘Obrigado, Glasgow. Recebo tuítes de atrocidades diárias cometidas contra os palestinos. [Israel] comprar e subornar políticos, mas não o povo’
Women activists in Germany used to throw ketchup on South African apples in the 1980s to signify the blood of black South Africans. This kind of non-violent protests must be encouraged until the occupation of Palestine ends! Viva the people of Glasgow!
— SACLI (@SACLI) September 4, 2020
‘Tais atos de protesto não-violento devem ser encorajados até o fim da ocupação na Palestina! Viva o povo de Glasgow!’, declarou a Iniciativa de Liderança Cristã Sul-Africana
Críticos, no entanto, questionaram se é justo protestar contra atividades esportivas como resultado de políticas nacionais. A resposta veio com o exemplo sul-africano: protestos civis resultaram em mudança efetiva, ao exercer pressão sobre eventos esportivos, acadêmicos e culturais, que direta ou indiretamente promoviam o regime de apartheid e discriminação.
I would totally be in favour of doing this to any representatives of Netanyahu government, the army or any supporters of apartheid/occupation
— Éowyn #blacklivesmatter (@lovegen19) September 4, 2020
‘Não tenho certeza se apoio [este protesto]. Defendo o BDS e o fim do Apartheid, mas estamos responsabilizando os jogadores pelos crimes de Netanyahu?’
I really don't know why they would want to try to make political points from a football team, athletes? It's not their fault their government is shite, I live in the UK, our government are a shower of headcases, should we blame Celtic? Scotland?
— Now I am Become Death, The Destroyer Of Worlds…. (@thezambologist) September 4, 2020
‘Por que levantar pontos políticos com times de futebol?’, questionou um usuário; ‘Para mandar uma mensagem a Israel … Boicotes e protestos fizeram a diferença na África do Sul’, foi a resposta