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Aliados deveriam ter desacatado sanções dos EUA durante a pandemia, afirma presidente do Irã

Presidente do Irã Hassan Rouhani comenta sobre as sanções dos Estados Unidos durante coletiva de imprensa, na capital iraniana Teerã, em 2 de setembro de 2020 [Presidência do Irã/Agência Anadolu]
Presidente do Irã Hassan Rouhani comenta sobre as sanções dos Estados Unidos durante coletiva de imprensa, na capital iraniana Teerã, em 2 de setembro de 2020 [Presidência do Irã/Agência Anadolu]

No sábado (5), o Presidente do Irã Hassan Rouhani repreendeu os aliados do país por não desafiar as sanções impostas pelos Estados Unidos, durante a pandemia de coronavírus, segundo informações da agência Reuters.

O Irã registrou até então 380.000 casos e mais de 22.000 mortes, no total, um dos países mais atingidos no Oriente Médio.

“Ao longo dos últimos meses, desde a chegada do coronavírus ao país … ninguém apresentou-se para nos ajudar”, declarou Rouhani, em comunicado difundido ao vivo pela televisão estatal.

Caso os Estados Unidos “tivessem um pingo de humanidade e cérebro”, afirmou o presidente iraniano, teriam oferecido “suspender as sanções por um ano, devido ao coronavírus”.

Prosseguiu: “Contudo, os Estados Unidos são ainda mais insensíveis e cruéis do que o esperado … ao contrário, impuseram novas sanções e pressões sobre nós, nestes últimos sete meses de covid-19.”

Não obstante, reclamou: “Sequer um único país amigo nos disse, nestes tempos difíceis de coronavírus, em nome da humanidade, ‘desafiaremos a América’ e faremos negócios com o Irã, apesar das ameaças de retaliação dos Estados Unidos”.

Em março, o Supremo Líder do Irã Ali Khamenei rejeitou uma oferta americana para ajudar no combate do país islâmico à pandemia. Na ocasião, o aiatolá Khamenei denunciou os líderes dos Estados Unidos como “charlatões e mentirosos”.

As sanções são parte de um esforço dos Estados Unidos para reduzir ao máximo os recursos do Irã, após o presidente americano Donald Trump revogar unilateralmente, em 2018, o acordo nuclear iraniano, assinado por seu predecessor Barack Obama.

Alimentos, remédios e outros suprimentos humanitários são isentos das sanções, mas as proibições sobre o comércio impediram diversos bancos estrangeiros de realizar negócios com o Irã, incluindo financiamento humanitário, o que resultou em falta crônica de insumos farmacêuticos.

LEIA: EUA impõem sanções contra onze empresas ligadas ao Irã, incluindo nos Emirados Árabes Unidos

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