A organização humanitária SAM for Rights and Liberties anunciou ontem (7) ter documentado o assassinato de 61 profissionais de imprensa e ativistas de direitos humanos no Iêmen, entre 2014 a 2019.
Em seu relatório “A dangerous career” (“Uma carreira perigosa”), a entidade documentou ao menos 1.586 violações contra ativistas de direitos humanos, organizações da sociedade civil, redes de imprensa, repórteres de jornais, ativistas das redes sociais e agências humanitárias, durante o período de cinco anos.
As violações registradas incluem assassinato, agressão física, tortura até a morte, desaparecimento forçado, detenção arbitrária e perseguição jurídica, em retaliação à mera opinião dos indivíduos e grupos atingidos. Além disso, instituições de imprensa foram destruídas e seus materiais saqueados, no mesmo período.
“O ano de 2015 foi o pior ano para a imprensa no Iêmen”, declarou o relatório. Neste ano, foram registradas 319 violações, incluindo dez mortes. Em 2017, houve 300 violações e três mortes; em 2016, foram documentadas 205 violações e dez mortes; em 2018, foram cometidas 135 violações. O ano de 2019 registrou o menor número, com 134 violações.
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Segundo a pesquisa, os houthis cometeram 60% das violações; a coalizão árabe cometeu 25% das agressões; o Conselho de Transição do Sul (CTS), com apoio dos Emirados Árabes Unidos, foi responsável por 10% dos casos e outros grupos – como Al-Qaeda – executaram os 5% restantes.
A SAM for Rights and Liberties exortou a comunidade internacional a pressionar todas as partes em guerra no Iêmen para cessar todas as agressões contra ativistas de direitos humanos e profissionais de imprensa, além de compor um comitê para investigá-las.
O grupo exigiu, enfim, que todos os envolvidos nas violações documentadas sejam devidamente responsabilizados.