A Corte Distrital de Jerusalém determinou ontem (8) o despejo de Nasser Rajabi e sua família, residentes no bairro de Batan Al-Hawa, na região de Silwan, em Jerusalém Oriental ocupada.
O Centro de Informações Wadi Hilweh, que monitora violações israelenses de direitos humanos em Jerusalém, afirmou em nota que a propriedade da família Rajabi consiste em um edifício residencial de três andares, que abriga trinta membros da família.
Segundo a declaração, a família enfrenta a batalha jurídica sobre a propriedade desde 2016. Nesta terça-feira, a corte israelense concedeu prazo até 1° de abril de 2021 para a família Rajabi deixar o local.
Em janeiro, a Corte de Magistratura de Jerusalém ordenou que a família deixasse a propriedade, após processo registrado pela associação de assentamentos Ateret Cohanim, em nome de um truste judaico que remete ao fim do século XIX.
A Ateret Cohanim registrou uma série de processos legais contra cerca de cem famílias palestinas em Batan Al-Hawa. Ao menos 700 pessoas estão sob risco de despejo arbitrário, sob alegação de que a terra foi alocada ao truste judaico, no século XIX, em benefício de judeus iemenitas pobres em Jerusalém.
Os palestinos, contudo, possuem os documentos que provam sua propriedade sobre as terras em questão. A corte, não obstante, como parte do projeto de expulsão dos residentes palestinos, tende a vereditos em favor dos colonos ilegais.
LEIA: Israel demoliu 313 casas palestinas na Cisjordânia e Jerusalém em 2020