Oito milhões de crianças estão fora das escolas no Iêmen, alerta Unicef

Menina estende um varal em uma sala de aula utilizada como abrigo por iemenitas deslocados pela guerra, na cidade de Taez, Iêmen, 23 de julho de 2020 [Ahmad Al-Basha/AFP/Getty Images]

 

O Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) reportou que aproximadamente oito milhões de crianças estão fora das escolas no Iêmen, devido à guerra e à pandemia de covid-19.

A agência da ONU concedeu detalhes em um vídeo publicado no Twitter, para marcar o Dia Internacional de Alfabetização, em 8 de setembro.

‘Milhões de crianças foram privadas da educação devido ao conflito e ao covid-19’, relata Sherin Varkey, representante da Unicef no Iêmen

‘Antes do covid-19 atingir o Iêmen, mais de dois milhões de crianças estavam fora das escolas”, declarou a Unicef. Agora, devido ao fechamento de instituições de ensino por todo o país, outras 5.8 milhões de crianças estão sem acesso à educação. “Quanto mais tempo as crianças ficarem fora da escola, maior o risco e menos provável o seu retorno.”

Um relatório da agência publicado em junho reportou ainda que a maioria dos professores do ensino público não receberam salário por mais de três anos. Além disso: “Ao menos 2.000 escolas – uma em cada oito – não são adequadas ao uso devido ao conflito; destruídas, utilizadas para propósitos militares ou ocupadas como abrigo para famílias deslocadas.”

Desde o início do surto de coronavírus, segundo a agência, 55 escolas passaram a ser utilizadas como centros de isolamento para potenciais pacientes da doença.

A Unicef reiterou que há receios de que o coronavírus se propague no Iêmen, devido às graves debilidades humanitárias no país. Destacou ainda que o abandono escolar e as dificuldades financeiras das famílias podem atrair ou coagir crianças ao confronto.

“Inúmeras infâncias foram perdidas nestes cinco anos de guerra e receamos perder muito mais, conforme se espalha o covid-19”, declarou Sara Beysolow Nyanti, representante da Unicef no Iêmen. “Agora que o mundo concentra-se na pandemia de covid-19, temo que as crianças do Iêmen serão esquecidas … Todos temos responsabilidade de agir e ajudá-las. Elas têm os mesmos direitos que qualquer criança, em qualquer lugar do mundo.”

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