A normalização dos Emirados Árabes Unidos (EAU) com Israel é uma “grande mudança na política dos países do Oriente Médio em relação ao estado israelense”, anunciou ontem o conselheiro sênior da Casa Branca dos EUA, Jared Kushner.
“A maré está mudando no Oriente Médio e os países árabes não querem que seu progresso seja interrompido pelo fato de que o conflito israelense-palestino continua estagnado”, disse Axios, citando Kushner em uma entrevista coletiva. A conferência acontece dias antes de os dois países assinarem um acordo para normalizar as relações na capital americana, Washington DC.
Após o acordo, Arábia Saudita e Bahrein disseram que abririam seus espaços aéreos para voos de e para Israel. “Todos os voos de Israel que pedirem autorização para voar no espaço aéreo saudita irão recebê-la”, frisou Kushner.
Assim como a Arábia Saudita, o Bahrein, que no início deste ano disse que Israel tem o direito de se defender dos palestinos, não tem laços diplomáticos com o estado sionista. Manama declarou recentemente sua oposição à normalização sem um Estado palestino. No entanto, de acordo com a emissora israelense Kan, o Bahrein deve seguir os Emirados Árabes Unidos assim que Israel e os Emirados assinarem seu acordo de paz na próxima semana.
Em 13 de agosto, o presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou um acordo de paz entre os Emirados Árabes Unidos e Israel mediado por Washington.
Na quarta-feira, o embaixador palestino na Liga Árabe, Mohanad Alaklouk, disse que um projeto de resolução mediado pela Palestina condenando a normalização Emirados Árabes Unidos-Israel foi “rejeitado”.
Abu Dhabi disse que o acordo foi um esforço para evitar a anexação planejada de Tel Aviv da Cisjordânia ocupada. No entanto, os oponentes acreditam que os esforços de normalização estão iminentes há muitos anos, já que autoridades israelenses fizeram visitas oficiais aos Emirados Árabes Unidos e participaram de conferências no país que não tinha laços com o estado de ocupação.
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, porém, disse que a anexação não está fora da mesa, mas simplesmente foi adiada.
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