Ao menos 90 soldados em missão de paz da Força Interina das Nações Unidas no Líbano (UNIFIL) contraíram covid-19, anunciou ontem (13) Andrea Tenenti, porta-voz da organização. Segundo a AFP, 88 infecções foram reportadas em um mesmo contingente nacional.

Tais infecções são as primeiras registradas em soldados da UNIFIL, explicou Tenenti. Os soldados doentes foram transferidos a uma instalação segura para receber tratamento. A UNIFIL espera evitar um surto maior do coronavírus, ao “assumir rigoroso rastreamento de contatos e aplicar um regime minucioso de testagem e isolamento”, destacou.

O Líbano vivencia um novo pico de casos de covid-19 após a enorme explosão no porto de Beirute, em 4 de agosto, que resultou em quase 200 mortos, milhares de feridos e centenas de milhares de desabrigados. O Ministério da Saúde reportou entre 400 e 600 novos casos diários, dos quais ao menos 22 foram registrados em uma das prisões mais lotadas do país.

As nacionalidades dos soldados infectados não foram reveladas. Contudo, um porta-voz das Forças de Defesa da Irlanda confirmou posteriormente que todos os seus soldados na UNIFIL estão “são e salvos”. Cerca de 350 soldados irlandeses operam atualmente no sul do Líbano e não devem retornar ao país europeu até novembro.

A força de paz da ONU foi estabelecida para supervisionar a retirada de tropas israelenses do sul do Líbano, após a invasão de 1978. Em 2006, o mandato da UNIFIL foi estendido após 34 dias de guerra entre Israel e Hezbollah.

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Há hoje mais de 9.400 soldados da UNIFIL em campo, no sul do Líbano, além de 850 oficiais da Força Tarefa Marítima da mesma missão de paz. Ao todo, 45 países abrangem o contingente total da UNIFIL, incluindo Índia, Nepal, China e Malásia.

O mandato da UNIFIL é renovado anualmente via votação no Conselho de Segurança da ONU. Como parte das condições previstas para o novo mandato, estabelecido em agosto, as tropas foram reduzidas de 15.000 a 13.000 soldados, devido a críticas de Israel e Estados Unidos sobre eficiência da missão.

Diplomatas, porém, afirmam que a mudança é meramente simbólica, pois apenas 10.500 soldados estão posicionados atualmente na região.

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