O navio de perfuração turco Oruç Reis retornou à costa para atenuar as tensões no Mar Mediterrâneo Oriental, afirmou ontem (13) o Ministro da Defesa da Turquia Hulusi Akar.
A embarcação de pesquisa sismológica Oruç Reis recebeu ordens para voltar ao porto de Antália, no sul da Turquia, pela primeira vez em mais de um mês.
Akar minimizou o impacto da decisão, ao afirmar tratar-se de parte dos planos previstos para a exploração dos recursos naturais, da região em disputa. O ministro insistiu que a medida não significa que a Turquia abriu mão de seus “direitos” no local.
“Haverá movimentos planejados de recuo e avanço”, alegou Akar à agência estatal Anadolu, ainda ontem.
Stelios Petsas, porta-voz do governo da Grécia, elogiou a decisão à emissora de televisão Skai: “Este é um sinal positivo. Veremos como se desenvolve para analisar adequadamente”.
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A Turquia está conduzindo operações de perfuração e exploração nas fronteiras marítimas do país, no Mediterrâneo Oriental, desde 2019.
O governo grego e a administração autônoma greco-cipriota opõem-se às atividades turcas na região e ameaçaram previamente prender tripulações da Turquia. A Grécia buscou mobilizar líderes da União Europeia para condenar as ações turcas no Mediterrâneo.
O governo da Turquia consistentemente contesta a perfuração unilateral greco-cipriota da região, ao destacar que a República Turca do Norte do Chipre, que compartilha a pequena ilha mediterrânea, também tem direitos aos recursos naturais da região, segundo a Convenção da ONU sobre as Leis Marítimas.
Em 1974, após golpe de estado contra a anexação grega da ilha do Chipre, a Turquia decidiu intervir como potência avalista. Em 1983, foi fundada a República Turca do Norte do Chipre.
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