Os muros históricos da Cidade Velha de Jerusalém ocupada, construídos para proteger a cidade de invasores, foram utilizados para exibir uma mensagem de provocação aos palestinos, ao projetar uma mensagem de apoio aos acordos de normalização dos laços entre Israel e estados do Golfo – isto é, Bahrein e Emirados Árabes Unidos.
Durante a cerimônia de assinatura do chamado Acordo de Abraão, na Casa Branca, Israel projetou bandeiras dos quatro países envolvidos nos muros da Cidade Velha de Jerusalém.
Enquanto ocorriam as projeções no território ocupado, o Primeiro-Ministro de Israel Benjamin Netanyahu, ao lado do Presidente dos Estados Unidos Donald Trump celebravam os acordos de normalização como “históricos”, em Washington.
Os mesmos muros foram construídos no século XVI pelo sultão turco Suleiman, o Magnífico, e são utilizados frequentemente pelos palestinos para proclamar sua franca oposição a acordos vistos como traição dos estados árabes.
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Uma semana após ser anunciado o pacto israelo-emiradense, palestinos expuseram um estandarte negro com imagem do Presidente da Autoridade Palestina Mahmoud Abbas, sobre o muro próximo ao Portão de Damasco, com a legenda: “Os verdadeiros donos”.
O cartaz em questão, exposto pouco após o anúncio emiradense, prosseguiu: “Exortamos o governo de Abu Dhabi nos Emirados Árabes Unidos a retomar a posição inclusiva árabe e islâmica, revogar este acordo vergonhoso e não tomar parte no chamado acordo do século dos Estados Unidos.”
Israel considera toda Jerusalém, capturada durante a chamada Guerra dos Seis Dias, em 1967, incluindo sua Cidade Velha e seus bairros palestinos, como sua “capital eterna e indivisível”. As propostas de Trump corroboram a posição israelense.
Não obstante, Jerusalém é reivindicada pelos palestinos como capital para um futuro estado independente, a ser estabelecido de modo unitário na Cisjordânia e Gaza.