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Secretário-Geral da ONU deve indicar novo enviado para mediar paz na Líbia

Secretário-Geral da ONU António Guterres em Túnis, capital da Tunísia, 30 de março de 2019 [Yassine Gaidi/Agência Anadolu]
Secretário-Geral da ONU António Guterres em Túnis, capital da Tunísia, 30 de março de 2019 [Yassine Gaidi/Agência Anadolu]

Nesta terça-feira (15), o Conselho de Segurança da ONU solicitou ao Secretário-Geral António Guterres que indique um novo enviado especial para mediar a paz na Líbia, apesar de abstenção de China e Rússia sobre resolução que estendeu o mandato da missão das Nações Unidas no país norte-africano.

Ghassan Salamé, que chefiou a missão política da ONU e agora é incumbido de tentar mediar a paz, demitiu-se em março devido à pressão do cargo. Guterres informalmente propôs uma substituição, mas Estados Unidos preferiam que o papel fosse dividido entre um representante para a missão da ONU e outro enviado especial para mediação.

O Conselho de Segurança concordou com a proposta na terça-feira.

“Com a nova estrutura, teremos de apresentar um novo candidato e naturalmente teremos de consultar o Conselho de Segurança para tanto”, declarou Guterres à agência Reuters, em entrevista, na segunda-feira (14).

O Conselho de Segurança tradicionalmente concorda por consenso (contudo, de modo informal) sobre tais indicações. Meses atrás, Estados Unidos propuseram a nomeação da ex-Primeira-Ministra da Dinamarca Helle Thorning-Schmidt ao cargo, mas diplomatas reportaram sua desistência.

LEIA: EUA não devem intervir na nomeação do novo enviado da ONU à Líbia, alerta Alemanha

Rússia e China alegaram abster-se da resolução de terça-feira por não incluir emendas propostas por ambos os países.

A Líbia decaiu ao caos após protestos populares, com apoio da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), derrubarem o longevo ditador Muammar Gaddafi, em 2011. Desde 2014, o país está dividido: na capital Trípoli, o governo reconhecido internacionalmente; em Benghazi, leste do país, milícias e forças leais ao general Khalifa Haftar.

Haftar recebe apoio dos Emirados Árabes Unidos, Egito e Rússia. O governo em Trípoli é apoiado pela Turquia.

Guterres relatou à Reuters:

Estou chocado pelo fato de que muitos interventores, muitos países, agem diretamente sobre a situação na Líbia, escalando as capacidades militares de ambos os lados … em desrespeito pleno a resoluções do Conselho de Segurança, referentes ao embargo de armas ou uso de mercenários.

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