O general líbio Khalifa Haftar recusou-se a libertar dezoito pescadores italianos até que a Itália liberte quatro jogadores de futebol líbios condenados na Europa por tráfico humano. Segundo relatos, Haftar propôs então uma troca de prisioneiros.
Na última semana, a Federação Nacional Italiana de Empreendimentos de Pesca (Federpesca) anunciou a assinatura de um acordo de cinco anos com a Autoridade de Investimento Militar da Líbia – pertencente a Haftar –, para permitir que barcos de pesca italianos operem nas águas do leste da Líbia.
Segundo dados do Distrito de Pesca da Sicília, cooperativa que reúne entidades do setor na região, ao longo dos últimos 25 anos, mais de cinquenta barcos foram abordados, dois foram confiscados, cerca de trinta pescadores foram presos e dezenas de pessoas foram feridas.
O último incidente data de 1° de setembro, quando dois barcos de pesca sicilianos, identificados como Antartide e Medinea, foram abordados por navios de patrulha da Líbia, acusados de pescar em águas territoriais do país norte-africano.
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Os detidos foram então transferidos a Benghazi, leste da Líbia, sob jurisdição de Haftar.
Segundo relatos, tais incidentes ocorrem com frequência e costumam terminar após meses de negociações.
Desta vez, contudo, segundo relatos de mídia, Haftar ofereceu uma troca: a soltura dos dezoito pescadores sicilianos pela libertação dos atletas líbios, cujos parentes alegam inocência.
Os quatro jovens líbios presos na Sicília, em 2015, foram condenados a trinta anos de prisão após longo julgamento, acusados de organizar uma viagem da Líbia, na qual 49 imigrantes morreram. Porém, segundo família e amigos, eles próprios eram refugiados, que fugiam da guerra em busca de uma carreira no futebol da Alemanha.