Fayez Al-Sarraj, chefe do Governo de União Nacional da Líbia, apoiado internacionalmente, com sede em Trípoli, anunciou ontem (17) planos para renunciar ao cargo até o fim de outubro.
Em discurso transmitido pela televisão estatal, Sarraj afirmou que entregará o poder à próxima autoridade executiva, ao observar tratar-se de parte dos esforços para encontrar uma solução política aos conflitos no país.
“Declaro meu desejo sincero de entregar meus deveres à próxima autoridade executiva, não mais tarde do que o fim de outubro”, declarou. “Com sorte, o comitê de diálogo completará seu trabalho e escolherá um novo conselho presidencial e primeiro-ministro.”
Ao mencionar as negociações mediadas pela ONU, em Genebra, Sarraj alegou que as conversas de fato levaram a uma “nova fase preparatória” para unificar as instituições líbias e propiciar eleições gerais na Líbia.
Sarraj é chefe do Governo de União Nacional desde 2015, quando foi constituído na capital Trípoli. O leste e parte do sul do país norte-africano, contudo, permanecem sob domínio do chamado Exército Nacional da Líbia, comandado pelo general renegado Khalifa Haftar.
LEIA: A batalha para substituir Khalifa Haftar já está sendo travada?
Haftar, com apoio dos Emirados Árabes Unidos, Egito e Rússia, e suporte velado de alguns países ocidentais e Israel, lançou uma ofensiva em abril de 2019 para capturar Trípoli do governo reconhecido pela ONU.
Entretanto, o apoio da Turquia a Sarraj foi fundamental para reverter os ganhos militares de Haftar e derrotar sua ofensiva sobre os subúrbios da capital e outras cidades ocidentais, em meados de 2020.
Após a derrota, pressão internacional levou os lados adversários a novos encontros, realizados em Genebra e Marrocos, a fim de compor um cessar-fogo e conduzir diálogos sobre uma solução política para todo o país.