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Itália devolve artefato de 1.800 anos à Turquia

Artefato com inscrições de expiação, datado de 1.800 anos, do período lídio, oriundo das províncias do oeste da Turquia, é exposto em Roma, Itália, 19 de setembro de 2020 [Baris Seçkin/Agência Anadolu]
Artefato com inscrições de expiação, datado de 1.800 anos, do período lídio, oriundo das províncias do oeste da Turquia, é exposto em Roma, Itália, 19 de setembro de 2020 [Baris Seçkin/Agência Anadolu]

Autoridades italianas devolveram um artefato contendo inscrições históricas, datado do período lídio, à missão internacional da Turquia, após décadas de impasse judicial sobre a posse da relíquia, reportou no sábado (19) Murat Saim Esenli, embaixador turco em Roma.

As informações são da agência Anadolu.

O artefato data de 1.800 anos atrás e documenta o arrependimento de pais cujos filhos cometeram roubo. A peça foi extraída do Templo de Apolo Aksyros, na província de Manisa, Turquia. Em 1997, uma busca policial descobriu seu paradeiro, na Itália.

O embaixador, junto de uma delegação oficial da Turquia, receberam o artefato de Claudio Mauti, chefe do departamento anticontrabando da Itália.

Esenli relatou que o processo legal arrastou-se por mais de duas décadas. Contudo, agradeceu as autoridades italianas pelo cuidado com o artefato ao longo dos anos. Reiterou ainda que diferentes ministérios turcos receberam a missão de coordenar o retorno do item arqueológico.

O diplomata turco afirmou que a devolução da peça fortalece as boas relações entre Ancara e Roma, em decisão histórica em termos judiciais, burocráticos e acadêmicos.

Turquia e Itália desfrutam de boas relações no que se refere à coordenação cultural. Em 1991, Roma consentiu com a devolução de um vaso também de origem turca.

Segundo Esenli, não obstante, o contrabando de artefatos históricos é um problema ainda vigente a ambos os países, que demanda um acordo para proteção de propriedades culturais.

Luca Brachi, parlamentar que representou o lado turco durante o processo judicial, afirmou que a demora decorreu de mudanças nos juízes responsáveis pelo caso. Porém, elogiou a decisão favorável ao retorno da peça.

Em 5 de novembro de 2019, uma corte italiana determinou que o artefato pertencia à Turquia e oficialmente deu início ao processo de devolução da relíquia ao país de origem.

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