Manifestantes no Egito apreenderam um veículo blindado da polícia no Centro Badrasheen, em Gizé.
Segundo a rede Al-Araby Al-Jadeed, outro grupo de manifestantes na vila de Al-Hawarta, na província de Minya, empurrou um veículo de segurança para dentro de um canal. A ação ocorreu após disparos de bombas de gás lacrimogêneo e balas contra os manifestantes.
Os protestos no Egito contra o governo do Presidente Abdel Fattah Al-Sisi continuaram ontem (21) pelo segundo dia consecutivo.
A mobilização é uma resposta aos apelos feitos pelo ex-empreiteiro do exército Mohamed Ali, que exortou a população egípcia a unir-se contra a opressão e a injustiça e tomar as ruas, a partir de 20 de setembro.
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Em 2019, Ali lançou uma série de vídeos acusando o governo, Sisi e sua família de corrupção e gastos exorbitantes de recursos públicos, enquanto o povo egípcio empobrece cada vez mais.
Sob o regime atual, a economia do Egito continuou a deteriorar-se e os abusos dos direitos humanos aumentaram, agravados pela má gestão da crise do coronavírus no país norte-africano.
Milhares de casas foram demolidas após o governo alegar violação dos requisitos de construção.
Há também uma indignação generalizada sobre a forma como o governo de Sisi lida com a Líbia e com as negociações da Represa do Renascimento, da Etiópia, localizada na bacia do Rio Nilo.
No ano passado, depois que os egípcios tomaram as ruas em 20 de setembro, cerca de 4.000 pessoas foram presas em retaliação. A Anistia Internacional reportou então tratar-se da maior repressão a manifestantes desde que Sisi assumiu o poder, via golpe de estado, em 2013.
Este ano, os protestos eclodiram em Shubra Al-Khaimah, na província de Qalyubia; Warraq e Al-Ayyat, em Gizé; e Dar Al-Salam, na província de Fayoum. Também chegaram a Suez, Kafr El Dawwar (Delta do Nilo), Cairo, Alexandria e Aswan, onde circularam online relatos de que a residência presidencial havia sido incendiada.
A rede Al-Araby Al-Jadeed noticiou ainda que mais de 170 pessoas de quatro aldeias em Gizé foram presas. Os detidos foram acusados de “pertencer a um grupo clandestino” e “espalhar boatos nas redes sociais”.