Empresas dos Emirados Árabes Unidos assinaram contratos com companhias e bancos israelenses proscritos pela Organização das Nações Unidas (ONU), por conceder apoio efetivo a assentamentos ilegais na Cisjordânia ocupada, revelou uma investigação da agência Anadolu, nesta quarta-feira (23).
Em fevereiro, a ONU publicou um banco de dados contendo 112 empresas banidas por realizar negócios dentro de assentamentos israelenses em terras palestinas.
Em 13 de agosto, Emirados Árabes Unidos e Israel anunciaram um acordo, mediado por Washington, para normalizar relações diplomáticas, econômicas e culturais. A medida deu vazão a uma série de acordos e contratos entre empresas de ambos os países.
Contudo, reportagem Anadolu revelou que alguns dos acordos incluem empresas e bancos israelenses no banco de dados da ONU.
Bancos pró-assentamentos
Entre os contratos anunciados pela imprensa emiradense está a cooperação de instituições financeiras do Golfo com o Banco Leumi, proscrito pela ONU. O banco israelense assinou contratos com três dos principais bancos emiradenses: Banco Islâmico de Abu Dhabi (ADIB), Primeiro Banco de Abu Dhabi e Emirates NBD.
Segundo relatos, o Banco Hapoalim, outro banco israelense marcado por atividades ilegais pelas Nações Unidas, também assinou um memorando de entendimento com o Emirates NBD, acordo celebrado como primeiro entre bancos de Israel e Emirados, segundo a imprensa do país árabe.
Empresas de audiovisual
Os acordos assinados entre Emirados e empresas proscritas de Israel não são limitados a instituições financeiras.
A Comissão de Cinema de Abu Dhabi (ADFC) anunciou um acordo com o Fundo de Cinema de Israel (IFF) e a Escola de Audiovisual Sam Spiegel (JSFS), em Jerusalém ocupada, para supostamente promover cooperação entre os povos.
O IFF é supervisionado pelo Ministério da Cultura de Israel e pelo Conselho de Cinema do estado sionista, agência utilizada para conduzir forte propaganda internacional em favor da ocupação israelense.
Em novembro de 2019, o jornal israelense Haaretz anunciou que o IFF aprovou o estabelecimento de três novos fundos cinematográficos, incluindo um deles sediado em assentamentos ilegais na Cisjordânia ocupada.
Muitas empresas internacionais suspenderam laços com companhias israelenses listadas pela ONU, por receios de indiciamento no Tribunal Penal Internacional (TPI). A corte em Haia deve lançar em breve uma investigação contra crimes de guerra cometidos por Israel nos territórios palestinos ocupados.
Palestinos mantêm apelos por suspensão imediata de acordos com empresas israelenses que cooperam com a ocupação ilegal.
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