Nesta quinta-feira (24), a França declarou apoio a uma proposta do ex-Primeiro-Ministro do Líbano Saad Hariri que supostamente pode ajudar a compor um novo gabinete de governo libanês, diante da pior crise do país árabe desde a guerra civil, entre 1975 e 1990.
“Esta declaração representa uma concessão e todos os partidos devem compreender sua importância, para que um novo governo seja estabelecido”, afirmou o Ministério de Relações Exteriores da França.
Na terça-feira (22), Hariri – proeminente político sunita – sugeriu uma saída, ao propor que um candidato xiita “independente” possa ser indicado como Ministro das Finanças do Líbano. Hariri destacou, contudo, que a medida não significa que a pasta “será sempre xiita”.
Paris pressiona os políticos libaneses pela formação rápida de um novo governo, capaz de “atrair reformas para combater a corrupção e angariar ajuda internacional, a fim de reparar a economia libanesa, afogada em dívidas”.
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Mustapha Adib, político sunita indicado a primeiro-ministro, buscou balancear os ministérios do país com um novo gabinete de especialistas. Sob o sistema sectário libanês de compartilhamento de poder, o primeiro-ministro é sempre muçulmano e o presidente, cristão.
Os problemas do Líbano se agravaram após a devastadora explosão no porto de Beirute, em 4 de agosto. Incêndios subsequentes no local e arredores e uma nova explosão no sul do país, na terça-feira, abalaram ainda mais os ânimos da população.
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