A primeira noiva do Daesh da Austrália, Zehra Duman, que deixou Melbourne para se juntar ao grupo terrorista, está presa na Turquia há três anos depois de fugir de um campo de refugiados sírios com seus dois filhos pequenos, relata o Daily Mail Australia.
A jovem de 26 anos foi condenada esta semana depois de ser considerada culpada de recrutar noivas para ingressar no Daesh e por disseminar a propaganda do grupo terrorista nas redes sociais.
Seu filho de quatro anos e sua filha de um ano estão detidos em um centro de proteção infantil na província turca de Sanliurfa,desde 17 de julho, de acordo com um documento da Diretoria Provincial de Trabalho Familiar e Serviços Sociais..
De acordo com a SBS News, a mãe de Duman, Ozlem Coskun, que mora em Melbourne, disse que sua filha lhe havia mandado uma mensagem em meados de 2017 dizendo que queria escapar da Síria e voltar para a Austrália.
Em 2019, Coskun implorou ao governo australiano para trazer sua filha e dois netos de volta para casa, dizendo que ela cuidaria dos filhos.
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Duman havia se tornado uma recrutadora-chave do Daesh nas redes sociais, posando com metralhadoras e no capô de carros luxuosos roubados pelos terroristas.
Em julho, o governo australiano resistiu à pressão dos EUA e anunciou que não repatriaria as esposas e filhos de combatentes do Daesh presos em campos de refugiados sírios, citando preocupações com o coronavírus e a segurança.
Falando em Washington no principal fórum anual de consultas entre a Austrália e os Estados Unidos (AUSMIN), a ministra das Relações Exteriores, Marise Payne, se recusou a ceder na posição de seu país sobre os cidadãos australianos que deixaram o país para se juntar ao grupo militante do Daesh.
A cidadã britânica Shamima Begum, filha de pais de Bangladesh e que deixou Londres em 2015 para se juntar ao Deash quando tinha 15 anos e foi para a Síria via Turquia com dois colegas de escola, ganhou seu apelo para voltar ao Reino Unido em julho.
Na Síria, Begum se casou com um combatente do Daesh.
Apesar dos apelos de organizações de direitos humanos e dos EUA para que as nações ocidentais repatriem seus cidadãos e os levem a julgamento em seus países de origem, muitas nações se recusaram ou relutaram em fazê-lo, citando o alegado risco de segurança que essas pessoas representariam.