A Polícia da França prendeu 29 indivíduos nesta terça-feira (29), em operação-surpresa contra uma suposta rede de financiamento a grupos extremistas na Síria. A operação representa uma das maiores já realizadas no país europeu.
Segundo promotores incumbidos de contraterrorismo na França, a rede conduziu suas atividades de financiamento via compra e envio de criptomoeda, o que permitiu transferências massivas a contatos na Síria, responsáveis então por creditar o valor em contas de bitcoin.
Este método de financiamento a grupos radicais é notavelmente distinto em comparação aos métodos usuais, como transferência de capital e lavagem de dinheiro. A investigação revelou a ascensão da criptomoeda como alternativa possível a grupos terroristas e seus patrocinadores.
A promotoria confirmou: “Vigilância constante de tais redes levaram organizações terroristas a buscar métodos mais opacos, como o uso de criptomoedas, como bitcoin.”
Os 29 suspeitos, detidos em todo o país, supostamente começaram a operar em 2019. A investigação francesa foi lançada em janeiro último, pelo chamado Tracfin, serviço do ministério das Finanças da França voltado ao combate de rotas financeiras clandestinas.
O Tracfin descobriu então a rede de financiamento por criptomoeda, ao relatar que centenas de milhares de euros já foram provavelmente enviados a contatos de grupos radicais na Síria.
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Autoridades francesas não confirmaram se os detidos são filiados a uma organização específica, tampouco detalharam os grupos aos quais tais recursos eram destinados.
Não obstante, agentes públicos da França são orientados veementemente a suprimir qualquer atividade de lavagem de dinheiro ou outros métodos que possam financiar milícias na Síria e outros países do Oriente Médio.